Os candidatos à presidência do Fluminense, Cacá Cardoso, Celso Barros, Mário
Bittencourt e Pedro Abad trocaram farpas em debate realizado neste domingo pela Rádio
Globo. Nome apoiado pelo atual presidente tricolor, Peter Siemsen, Abad acabou
sendo o alvo principal dos outros três concorrentes ao cargo. E sobrou até para
o ex-ídolo do clube, o atacante Fred, hoje no Atlético-MG, que, de acordo com
Barros, ?tem problemas de caráter?. As eleições acontecem no dia 26.
Pedro Abad é auditor da Receita Federal e, caso eleito, não poderá
representar o Fluminense perante órgãos públicos, por questão de conflito de
interesses. O candidato declarou que nessas ocasiões irá contar com a ajuda de
Siemsen e do atual vice de projetos especiais, Pedro Antônio Ribeiro da Silva.
Na segunda parte do debate, quando os postulantes à presidência fizeram
perguntas entre si, Abad foi questionado em vários momentos sobre a situação. Em
determinado momento, Celso Barros foi direto ao ponto:
? Você reconhece publicamente que será um presidente pela metade. E diz que a
outra metade será Peter (Siemsen) e Pedro Antônio. Me parece que Peter quer
continuar presidente e Pedro Antônio quer burlar o estatuto e ser presidente sem
poder ser candidato (por ter menos de cinco anos como associado, o vice de
projetos não poderia disputar o cargo).
? Você está errado ? rebateu Abad. ? Na verdade, minha candidatura foi
autorizada pela Receita Federal. E ela tem como única recomendação não
representar o Fluminense perante o poder público. É possível fazer uma gestão
compartilhada, sem quebrar as regras.
Abad confirmou que contará com Siemsen e Pedro Antônio.
Cardoso falou em ?prejuízo? e ?fraude eleitoral?.
? Você está votando em alguém, mas quem vai governar são outras pessoas ?
atacou.
Já Bittencourt falou em ?presidência terceirizada?.
? É uma tentativa de um presidente que quer ficar nove anos no poder ?
atacou, citando o fato de Siemsen estar no cargo há dois triênios.
Na primeira parte do debate, os candidatos responderam a perguntas de
jornalistas. Questionados sobre preferências de técnicos para o time, em 2017,
apenas Celso Barros e Mário Bittencourt apontaram nomes. E quase os mesmos: Abel
Braga, Cuca e Roger. O ex-presidente da Unimed, empresa que patrocinou o
Fluminense por 15 anos, lembrou também de Renato Gaúcho. Aliás, em alguns
momentos, Barros e Bittencourt trocaram elogios, com convites mútuos para
colaborar na administração de quem for o vitorioso no pleito entre os dois.
POLÊMICA COM FRED
A venda do atacante Fred foi outro ponto abordado. Celso Barros soltou o
verbo:
? Eu trouxe o Fred. É um belíssimo jogador, mas tem problemas de caráter.
Queria derrubar o Levir (Culpi)… E me propôs um monte de coisas para ser o
todo-poderoso dentro do clube ? disparou.
Outra crítica à atual gestão veio por conta da
fornecedora de material esportivo, a Dryworld, que deve ao tricolor dinheiro
referente à royalties de uniforme e cotas de patrocínio. Abad se defendeu. Disse
que a proposta feita pela empresa era ?vantajosa?. E acabou criticado pelos
oponentes, todos dizendo que a diretoria fez uma ?aposta?.
A relação ambígua entre o Fluminense, Federação Carioca e Primeira Liga,
adversários políticos, também foi questionada pela imprensa. Bittencourt avaliou
a situação como ?falta de firmeza?. Já Abad, garantiu ser um ?entusiasta? da
Primeira Liga, e afirmou que irá valorizá-la caso eleito. Barros e Cardoso falaram em resgatar o
estadual.