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Botafogo vê melhora física como trunfo para ter força na Libertadores

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O Botafogo sequer teve tempo de respirar. Mal confirmou a vaga na pré Libertadores, lá estava o time em campo para a primeira das quatro decisões, três semanas depois da reapresentação. As parcas férias cobraram o seu preço: um time longe da forma física ideal nas ?finais? antecipadas, e que ainda perdeu o argentino Montillo por lesão.

Caderno especial da Libertadores – 07.03

Passados os primeiros testes, com competência e muita emoção, o alvinegro reúne as forças para mostrar que não chegou à toa ao Grupo 1, ao lado do Atlético Nacional-COL, atual campeão do torneio, Barcelona de Guayaquil -EQU e o argentino Estudiantes de La Plata, adversário de estreia, na próxima terça-feira, às 21h, no Engenhão.

Só depois do terceiro pênalti defendido por Gatito Fernandez, contra o Olimpia, o Botafogo pôde, de fato, dar sequência à preparação comprometida pelo pouco tempo de trabalho físico e técnico. Desde a classificação, os titulares não vão a campo. Amanhã, diante do Volta Redonda, pela Taça Rio, o técnico Jair Ventura poderá ver como a equipe se portará após as duas semanas de treinos ? o treinador ainda pode poupar alguns jogadores, dando mais cinco dias de mini pré-temporada.

? Esses dias que nos foram dados serviram para tentar ajustar a questão física. Ainda não é o ideal, pois há valências físicas que precisam de três a quatro semanas para serem atingidas. Mas o time vai estar muito melhor, vai ter um ganho significativo, pois pudemos reequilibrar alguns jogadores. A equipe vai ter evolução a cada jogo. Mas teremos uma performance física bem melhor contra o Estudiantes ? disse o preparador físico Ednilson Sena.

ELENCO TENTA DRIBLAR LESÕES

O preparador admite que teve de acelerar a preparação para pôr o time em campo contra o Colo-Colo, no dia 1º de fevereiro. Ele lembra que, por causa do tragédia com voo da Chapecoense e, consequentemente, do adiamento da última rodada do Brasileiro, o planejamento do Botafogo foi modificado. O elenco só iniciou os trabalhos físicos em 14 de janeiro. No dia 25, a equipe estreou no Campeonato Carioca. O ideal, segundo ele, seriam 35 a 45 dias de pré-temporada.

? Nosso tempo foi muito curto. Só tive 10 dias para colocar o time em campo. Tivemos que passar por cima de valências físicas, e acelerar o processo de preparação. Sabíamos que estaríamos correndo riscos, pois enfrentamos equipes com nível físico muito melhor que o nosso, que já tinham começado a temporada. Com todos esses percalços conseguimos o objetivo de classificar. Infelizmente, não deu para fazer o mesmo na Taça Guanabara ? explicou Sena, que admite que Montillo entrou em campo fora da forma ideal.

? Com alguns jogadores, como Montillo, não tivemos tempo hábil de condicioná-los como queríamos. E temos que levar em consideração que ele veio de um período de três anos no futebol chinês, sem ter uma readaptação necessária.

Curado da lesão na panturrilha, o argentino voltou aos treinos e está pronto para fazer companhia a Camilo no meio-campo alvinegro. Porém, há baixas no elenco. No caso, o goleiro Hélton Leite, que se machucou contra o Olímpia, no Defensores del Chaco. Gatito entrou em seu lugar e garantiu a classificação. O então goleiro titular sofreu lesão na coxa direita, sem previsão de retorno.

? Temos praticamente o elenco todo à disposição do Jair. Os outros casos são anteriores a essa temporada. E ainda poderemos inscrever mais cinco jogadores para esta fase ? disse Sena.

BRIGA POR VAGA NA DEFESA

A lista, que pode ser entregue 48 horas antes do primeiro jogo da fase de grupos, é uma das incógnitas. Outra é a zaga alvinegra. Jair Ventura tem três boas opções e apenas duas vagas. Joel Carli, que voltou de lesão no último jogo, Emerson Silva e Marcelo disputam os lugares na defesa do Botafogo. No confronto com o Olimpia, o técnico não precisou fazer escolhas. O lateral-direito Jonas estava suspenso, e Marcelo foi deslocado para a posição.

Agora, estão todos liberados. Pelos treinos, Marcelo deve deixar o time. O jovem zagueiro foi bem nos jogos decisivos, mas Carli, que também teve bom retorno, leva certa vantagem pela experiência. Além de ser o capitão da equipe na ausência do goleiro Jefferson, que ainda se recupera de cirurgia.

Em sua quinta Libertadores, o Botafogo entra com expectativa alta, depois de passar com louvor por duas eliminatórias, embora tenha pela frente um grupo difícil. A esperança é repetir, ao menos, o desempenho de 1963, quando foi eliminado pelo Santos de Pelé, e de 1973. Nos dois anos, chegou à semifinal.