Esportes

Bboys Samuca e Perninha roubam a cena na Vila dos Atletas

Nestes dias pré-abertura da Paralimpíada, as 160 delegações que vão disputar a Rio-2016 receberam as boas-vindas na Vila dos Atletas, com direito a hasteamento das bandeiras de seus respectivos países e execução dos hinos. Numa apresentação que mistura ritmos brasileiros, como o funk e MPB, dois dançarinos, em especial, se destacaram: Samuel Henrique, o bboy Samuca, e Lucas Ferreira, o bboy Perninha. Enquanto o primeiro teve a perna direita amputada, o segundo nasceu com má formação congênita, sem o fêmur esquerdo. Ainda assim, essa dupla fez coreografias espetaculares, com direito a mortais para trás, e ganhou muitos aplausos enquanto esbanjaram talento na vila. Os dois, como não poderia deixar de ser, são muito gratos à dança: Paralimpíada esportes em 6 de setembro

– Tive que amputar a perna aos 14 anos, devido a um câncer no fêmur. De lá pra cá, graças a Deus, ele me abençoou com este dom da dança e hoje eu viajo para vários estados ? conta Samuka.

Aos 19 anos, o dançarino nascido em Brasília diz ter um sonho no meio artístico:

– Danço há cinco anos e quero muito representar o Brasil no exterior. Só falta a oportunidade.

Entre uma cerimônia de boas-vindas e outra na vila dos atletas, a dupla de dançarinos foi bastante assediada para fotos com atletas, integrantes de delegações e voluntários na vila. Dançarinos Samuca e Perninha dão mortal para trás na Vila dos Atletas

Natural de João Pessoa, na Paraíba, Perninha está morando no Rio. E, tal como o amigo, viaja o país em nome da dança.

Somos de equipes diferentes, eu faço parte de um grupo de São Paulo, o Killaorockers, e também do Coletivo Gang Grangrena. Já o Samuka é do New Old Schools. A gente viaja o Brasil todo para participar de campeonatos e festivais de dança, fazendo apresentaçoes e tivemos o privilégio de participar aqui também. Foi uma experiência espetacular ? comemora Perninha.

No mundo artístico há 10 anos, o paraibano se encantou por esta área aos 13, quando conheceu a cultura hip-hop e a dança de rua, através de um DVD exibido por um amigo. A habilidade demonstrada pelos dançarinos naquela gravação o inspirou a seguir o mesmo caminho. Hoje, Perninha se mostra muito grato à profissão que escolheu:

Nasceu com uma má formação congênita, sem o fêmur, o osso da coxa, minha mãe não teve nada, aconteceu porque tinha que acontecer. E hoje sou quem eu sou graças a isso ? comenta.IMG_2335.JPG