RIO – A Austrália, que chamou atenção ao reclamar das condições da recém-inaugurada Vila dos Atletas da Olimpíada do Rio, tem um histórico de reclamações sobre a preparação brasileira para o evento nos últimos anos. Segunda-feira na Vila Olímpica
Em setembro de 2013, o presidente do Comitê Olímpico Australiano, John Coates, afirmou estar ?muito preocupado? com a organização dos Jogos.
? Faltam cerca de dois anos e ainda há muito trabalho para ser feito. Estamos muito preocupados. Não é impossível, mas eles precisam de um esforço concentrado em alguns projetos de infraestrutura ? afirmou o australiano, em comunicado, logo após ser eleito vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), cargo que ocupa até hoje, simultaneamente à presidência do órgão nacional.
Seis meses depois, em abril de 2014, novas críticas: após uma inspeção nas obras do Rio de Janeiro, Coates garantiu que a preparação da cidade era a pior que ele já havia visto.
? Acho que a situação é pior do que em Atenas (em 2004). Até agora, os preparativos da capital grega haviam sido os piores que eu já vi. Eles não estão prontos em muitas, muitas formas ? avaliou.
Já em 2016, representantes do país voltaram a demonstrar preocupação, dessa vez com a segurança. Após a velejadora paralímpica australiana Liesl Tesch ser assaltada à mão armada no Aterro do Flamengo, em junho, a chefe da delegação da Austrália, Kitty Chiller, pediu o aumento do efetivo policial.
?Atletas têm sido roubados enquanto treinam para competir nos eventos teste no Rio, e queremos nossos atletas protegidos?, escreveu Chiller aos organizadores da Rio 2016.
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Em julho, foi a vez do chefe de segurança da delegação, Greg Nance, alertar para os riscos.
? Eles não têm histórico de terrorismo. Tudo se resume a crimes de rua em suas mais variadas formas. As ameaças são violentas, aleatórias e esporádicas. Você pode passar meses no Rio sem que nada aconteça, ou estar lá por dia e ser abatido ? afirmou Nance ao “The Sydney Morning Herald”.
POLÊMICA COM BANDEIRA EM VANCOUVER
Não foi só na Olimpíada do Rio, no entanto, que a Austrália se envolveu em polêmicas. Em 2010, durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver, no Canadá, o COI pediu a retirada de uma bandeira que a delegação colocou em seu prédio na Vila dos Atletas.
O comitê considerou que o mascote do país, um canguru com luvas de boxe, seria comercial demais para estar estampado no local, já que é uma marca registrada.
Os australianos, contudo, não aceitaram a determinação e mantiveram a bandeira, e o COI acabou recuando da decisão.
