NOVA YORK – Nem mesmo Donald Trump está sendo capaz de frear a máquina de geração de riqueza que se tornou a China. Após a eleição do presidente americano no dia 8 de novembro, os 36 bilionários chineses que integram o quadro do Bloomberg Billionaires Index (ranking diário das 500 pessoas mais ricas do planeta) tiveram um crescimento de 13,2% de suas riquezas. O número representa um aumento de US$ 39,2 bilhões ? o que eleva sua riqueza combinada para a casa dos US$ 336 bilhões. O México, por outro lado, sofre com a eleição do magnata e experimenta uma recessão após a eleição do americano.
Esses ganhos superam os registrados por bilionários de qualquer outro país ? incluindo os EUA. Isso, mesmo depois de Trump ter diro que a China era uma ?manipuladora do câmbio?, e que suas políticas comerciais provocam a perda de empregos americanos.
Os bilionários da Rússia percebem os benefícios de ter uma parceira na Casa Branca. Os 28 russos presentes no índice ampliaram suas fortunas em US$ 24,4 bilhões. O aumento de 10,5% elevou sua riqueza combinada a US$ 256 bilhões, graças às altas das commodities e do rublo, em meio a especulações de que as relações entre os países irá melhorar.
No total, os mais ricos do mundo ficaram US$ 207 bilhões mais ricos desde a eleição de Trump, o primeiro presidente bilionário da história dos EUA, e têm uma riqueza líquida combinada de US$ 4,6 trilhões, segundo o índice da Bloomberg.
Os seis bilionários mais ricos do mundo
As fortunas dos 45 bilionários do setor financeiro dos EUA no índice subiram 6,7%, para US$ 403 bilhões, contra um aumento de 4,2% dos outros 126 americanos do ranking. A alta pós-eleição reverteu os declínios enfrentados pelos bilionários do setor financeiro antes da votação e ganhou força depois que Trump disse, em janeiro, que modificará a lei Dodd-Frank, que regula as instituições financeiras.
Os magnatas da tecnologia também ganharam, sendo que os 25 bilionários americanos do setor presentes no índice subiram 6,8%, apesar dos receios de que as políticas de Trump possam prejudicar o setor e da resistência à postura dele sobre a imigração, que eles temem que limitará o acesso a profissionais estrangeiros.
MÉXICO, PORÉM, SEGUE EM DIREÇÃO OPOSTA
Entre os mais ricos do México, contudo, os retornos não foram positivos. Os ataques de Trump ao vizinho ao sul dos EUA têm castigado o peso e revertem os ganhos de dois dígitos que os mais ricos do país obtiveram nos 11 meses anteriores à eleição nos EUA. Desde a eleição do presidente americano, as fortunas dos oito bilionários do país caíram 5,1%. Tal declínio foi apenas suavizado pelo anúncio do Banco Central, em fevereiro, de que planeja apoiar a moeda, e pela visita do secretário de Estado americano, Rex Tillerson, e do secretário de Segurança Nacional dos EUA, John Kelly. O bilionário Carlos Slim, homem mais rico da América Latina, com US$ 50,7 bilhões, teve o maior declínio de todos ? de US$ 4,2 bilhões.