Cotidiano

Professores: Siprovel rejeita proposta de reajuste e oficializa indicativo greve

Segundo a presidente do Siprovel, Josiane Vendrame, o piso nacional para 40 horas é de R$ 3.845,63 e, atualmente, o Município paga aos professores R$ 3.034,13

Governador Carlos Massa Ratinho Junior entrega a nova sede do Colégio Estadual Bandeirantes, em Campina Grande do Sul e libera recursos para pavimentação de ruas  da cidade  -  Campina Grande do Sul, 13/02/2020  -  Foto: José Fernando Ogura/AEN
Governador Carlos Massa Ratinho Junior entrega a nova sede do Colégio Estadual Bandeirantes, em Campina Grande do Sul e libera recursos para pavimentação de ruas da cidade - Campina Grande do Sul, 13/02/2020 - Foto: José Fernando Ogura/AEN

Cascavel – A “queda de braço” entre o Executivo Municipal e o Siprovel (Sindicato dos Professores Municipais de Cascavel) deve seguir com mais alguns capítulos até que a categoria entre em acordo com a administração municipal. Nesta terça-feira (9), o sindicato protocola documento oficializando negativa à proposta do Executivo e, ainda, a aprovação de um indicativo de greve, com prazo de até sexta-feira (12) para que o Município responda as reivindicações, caso contrário, uma nova assembleia será convocada para votação de greve da categoria.

Na assembleia realizada na última sexta-feira (5), os professores rejeitaram a reposição da inflação de 12,47% por entenderem que não contempla a pauta de reivindicações, já que a Prefeitura não apresentou nenhuma proposta quanto ao piso nacional do magistério, não respondendo a pauta específica dos professores sobre o pagamento do piso.

Segundo a presidente do Siprovel, Josiane Vendrame, o piso nacional para 40 horas é de R$ 3.845,63 e, atualmente, o Município paga aos professores R$ 3.034,13. Para 20 horas o piso nacional é de R$ 1.992,67, sendo que o atual é de R$ 1.517,07, ou seja, uma defasagem de 25,65%, aponta o sindicato. “O piso salarial nacional do magistério é um grande avanço na valorização profissional das trabalhadoras e trabalhadores da educação. Não se propicia educação de qualidade com péssimas condições de trabalho, remuneração e sobrecarga de jornada”, reforçou a presidente.

Pelas as redes sociais, o Siprovel afirmou que “a garantia de que o início da carreira não seja remunerado abaixo do piso é apenas o cumprimento das leis federal e municipal, mas, acreditamos que em um contexto de crise na educação, também é uma oportunidade”. O sindicato ainda complementa ainda que a oportunidade de retomar a valorização dos profissionais da Educação de Cascavel, que enfrentam cada vez mais não só a defasagem do seu próprio salário, mas também da desistência da profissão, com muitos profissionais sequer assumindo o concurso por não terem incentivos.

A reportagem do Jornal O Paraná entrou em contato com a Prefeitura de Cascavel que preferiu não se manifestar sobre o assunto.

Sismuvel aceita

Enquanto os professores ainda buscam negociações, em assembleia no ainda no final de julho (29), dias antes da paralisação que estava marcada para ocorrer no dia 1º de agosto, os servidores municipais receberam e aprovaram o pagamento da reposição inflacionária em duas parcelas. O índice de 12,47% será parcelado em duas vezes de 6,05%, sendo a primeira paga em novembro e a segunda em maio de 2023. O Sismuvel (Sindicato dos Servidores Municipais de Cascavel), ainda buscam uma negociação com o Executivo para antecipar a segunda parcela para fevereiro de 2023.

Ricieri D’Estefani, presidente do Sismuvel lembrou que pauta de reivindicações foi aberta no dia 12 de abril e, durante a negociação vários pontos foram atendidos, como os aumentos reais para os auxiliares de serviços gerais e de manutenção, 15,8%; agentes de apoio, 26,9%; Operadores de máquina e motorista I e II, 27,6%; Agente funerário, 39,6%; Pedreiro, 40%; e Coveiro, 40,7%.

A partir de agora, o sindicato continua nos trabalhos para que o Município passe a pagar o piso nacional dos agentes comunitários de saúde e agentes de endemias. Segundo o presidente, o Município ainda não sinalizou quanto ao repasse do piso nacional, mas “o Sismuvel está acompanhando e tentando esgotar as vias administrativas”.

Ricieri disse ainda que a administração municipal informou que o setor de Recursos Humanos está terminando os cálculos de impacto para mandar ainda esta semana o projeto para aprovação na Câmara de Vereadores.