Cotidiano

Produtor “segura” venda da soja

Apenas 5% do cultivado foi comercializado antecipadamente

Toledo – A principal cultura de verão está na reta final de plantio, apesar do atraso de mais de 30 dias devido à estiagem, mas um dos aspectos que têm chamado a atenção é o baixo índice de venda antecipada da oleaginosa.

O percentual é um dos menores da história e, por enquanto, cerca de 5% da produção estimada na região, ou seja, o equivalente a 196 mil toneladas, foi vendida antecipadamente.

A venda antecipada é bastante comum e até recomendada pelo setor produtivo, sobretudo para amenizar possíveis perdas em grandes oscilações da cotação. Por isso, nesta época, entre 20% e 30% da estimativa produzida costuma estar vendida para cobrir ao menos o custo da produção.

O baixo índice deste ano, menor até que o registrado na safra passada, de 8%, justifica-se, segundo o diretor-presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, na expectativa do mercado em saber como será a safra americana. “Dependendo desse desempenho é que os produtores deverão intensificar a venda em contrato futuro ou segurá-la”, explica Dilvo.

Valores médios

Em média, os contratos de venda futura garantiram R$ 62 por saca da soja, que começa a se desenvolver agora e que será colhida em janeiro e fevereiro.

Com base nos dados iniciais da estimativa de colheita nos Núcleos Regionais da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) de Toledo e de Cascavel, a produção regional pode ficar perto dos 4 milhões de toneladas nos cerca de 1 milhão de hectares cultivados em 48 municípios. Isso significa que há mais de 3,7 milhões de toneladas de soja à espera das oscilações de mercado.

Relatório americano aponta perdas

Relatório de oferta e demanda da Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgado semana passada traz uma notícia que animou o mercado brasileiro. A safra americana da oleaginosa não deverá ultrapassar os 120,59 milhões de toneladas, um pouco abaixo dos 120,8 milhões de toneladas estimados.

A notícia provocou leve alta da cotação da commodity, o que apenas aguçou mais a expectativa do produtor.

Por aqui, o Deral (Departamento de Economia Rural) analisa o desenvolvimento das lavouras e ainda calcula as áreas que terão de replantar o cereal, tendo em vista que muitos produtores cultivaram a soja no solo seco mês passado. Como a chuva demorou para chegar, algumas áreas simplesmente não germinaram.