Cotidiano

Presidente da Oi renuncia ao cargo em meio à reestruturação da tele

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RIO – Bayard Gontijo renunciou ao cargo de diretor presidente da Oi nesta sexta-feira, informou a companhia em comunicado ao mercado. O executivo, que trabalhou por 14 anos na empresa, será substituído por Marco Schroeder, que acumulará o cargo com sua atual função de diretor Administrativo Financeiro. A troca de comando acontece num momento em que a tele passa por uma reestruturação para reduzir o endividamento que, no fim de março, chegou a R$ 49,3 bilhões.

No comunicado ao mercado, a Oi não explica que razões motivaram a renúncia do executivo. A saída de Gontijo seria consequência de divergências de opinião com membros da alta cúpula da companhia, disse uma fonte próxima.

? O Bayard vinha trabalhando no processo de reneegociação e reestruturação da dívida da Oi. E, num processo assim, há desgastes. Houve divergências de opinião com membros do Conselho (de Administração). E parece que ele entendeu que o melhor seria sair para não atrapalhar os rumos do processo ? conta essa fonte.

NEGOCIAÇÕES COM CREDORES CONTINUAM

No primeiro trimestre de 2016, a Oi registrou prejuízo de R$ 1,64 bilhão, alta de 268,2% frente a janeiro a março do ano anterior. As principais razões para o resultado teriam sido a consolidação da dívida da Portugal Telecom Finance, após a venda da Portugal Telecom para a francesa Altice, além do agravamento da crise econômica no Brasil.

A Oi contratou as americanas PJT e White Case como assessoras para encontrar caminhos para reduzir o endividamento. Posteriormente, contratou também o banco de investimento americano Moelis & Company para identificar os donos de títulos emitidos pela empresa fora do Brasil. A meta seria equacionar a questão com negociações diretas com credores até o fim de 2016. No mercado, o comentário é que, caso isso não aconteça, a companhia poderia entrar em recuperação judicial.

Schroeder trabalhou na companhia entre 2002 e 2011, retornando em 2014 como diretor Financeiro Internacional, tendo atuado como diretor financeiro da PT Portugal. Ele segue trabalhando junto à equipe financeira da companhia no esforço de reduzir as dívidas e reequilibrar o caixa. O grupo tem o diretor Flávio Nicolay Guimarães como um dos protagonistas nessa frente.

Em março, as três agências de classificação de risco ? Moody?s, Fitch e Standard & Poor?s (S&P) ? rebaixaram a nota de crédito da Oi. No mês seguinte, a S&P anunciou nova redução do rating para CCC-, o que indica risco de inadimplência. No início de maio, a companhia anunciou a demissão de dois mil funcionários, ou 12% de sua força de trabalho.

As ações ordinárias da Oi recuaram 0,56% nesta sexta-feira, a R$ 1,78. Já os papéis preferenciais caíram 0,61%, a R$ 1,64.