SÃO PAULO O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota, no início da tarde desta sexta-feira, sobre a Operação Janus da Polícia Federal, que tem como alvo Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho de sua primeira mulher. O petista afirmou que foi alvo de uma devassa por parte dos procuradores da República e que nada contra ele foi encontrado.
Há mais de um ano alguns procuradores da República no Distrito Federal tentam, sem nenhum resultado, apontar ilegalidades na conduta do ex-presidente Lula, afirma nota assinada pelo Instituto Lula.
A nota diz ainda que a investigação foi aberta a partir de ilações fantasiosas e transformou-se em verdadeira devassa sobre a contabilidade do Instituto Lula, da empresa LILS Palestras e sobre as contas do ex-presidente.
Os procuradores vasculharam as viagens internacionais de Lula, quem o acompanhou, os hotéis em que se hospedou, com quem ele conversou no exterior, alega o Instituto Lula.
De acordo com Lula, os procuradores não encontraram nenhum indício contra ele. O resultado (da investigação) apenas comprova que Lula sempre atuou dentro da lei, em defesa do Brasil, como fazem ex-presidentes em todo o mundo.
A nota também acrescenta que o ex-presidente não foi alvo da operação. Lula não é parte da operação policial desta manhã, nem poderia ser.
SUSPEITA DE TRÁFICO DE INFLUÊNCIA
A partir dos depoimentos e documentos apreendidos nesta sexta-feira pela Operação Janus, que investiga se contratos da Odebrecht com uma empresa do ramo de construção civil foram utilizados para o pagamento de vantagens indevidas, a Polícia Federal tenta esclarecer se Lula teve alguma influência indevida na liberação de financiamentos do BDNES para a construção da hidrelétrica em Angola pela Odebrecht. O inquérito foi aberto em 23 de dezembro e, desde então, a polícia vem fazendo cruzamento das viagens de Lula à Africa e de reuniões que ele teria tido no BNDES.
Estamos tentando materializar a possibilidade de tráfico de influência e tráfico de influência envolvendo ex-agentes públicos, Odebrecht e BNDES. Envolve grandes contratos, essa fase em particular a construção de uma hidrelétrica em Angola, com um repasse de mais de US$ 400 milhões disse a delegada Fernanda Costa de Oliveira, que está à frente da operação.
Para a delegada, tudo indica que o financiamento do banco estatal para a empreiteira seguiu os trâmites burocráticos normais. Ou seja, não haveria irregularidades nos documentos. As suspeitas recaem sobre as negociações que levaram o banco a abrir os cofres para a Odebrecht que, depois de receber a ajuda, contratou uma empresa aparentemente sem qualificação.