Os animais têm dado trabalho à Guarda Ambiental. Segundo dados da corporação, o número de resgates cresceu no primeiro quadrimestre deste ano: foram 176 ocorrências de janeiro a abril, contra 97 no mesmo período do ano passado, um salto de 81,4%. Segundo agentes do grupamento, ligado à Guarda Municipal, ameaças ao habitat natural, como desmatamento e queimadas, são a principal motivação de resgates.
Segundo o coordenador André Salvador, que atua diretamente nos resgates feitos pela Guarda Ambiental, já foram recuperados animais silvestres como cobras de diversas espécies, jacarés, tartarugas marinhas, capivaras e tamanduás, além de aves, a exemplo de socós. Nesses casos, as ações são concentradas nos bairros vizinhos ao Parque Estadual da Serra da Tiririca, na Região Oceânica; e ao Morro da Viração, cercado por bairros como São Francisco e Cafubá. No ano passado, foram 541 animais acolhidos.
? O desmatamento faz com que esses animais acabem vindo para a cidade. Boa parte dos nossos resgates é em casas que ficam próximas a áreas de mata ? avalia Salvador.
O guarda municipal Marco Silva, que também integra a Guarda Ambiental, lembra de um caso emblemático:
? O caso mais atípico foi o de um jacaré-de-papo-amarelo que apareceu no Engenho do Mato. Outro que me marcou muito foi uma tartaruga que achamos totalmente banhada em óleo na Ilha do Mocanguê. Trouxemos o animal para a nossa sede (no Horto do Fonseca) e o lavamos, antes de encaminharmos para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro.
Animais domésticos, como cães, cavalos e porcos, também costumam dar trabalho aos agentes. Um caso recente comoveu o grupamento: um filhote de cachorro caiu no canal da Alameda São Boaventura, no Fonseca, e, após ser resgatado, tornou-se agressivo e invadiu uma casa. Depois de capturado, ele, que ganhou o nome de Bravo, viraria mascote da Guarda Ambiental, mas os planos foram modificados.
? Colocamos esse nome porque é o nome do grupamento que estava de plantão no dia. Quando chegamos com ele todo sujo de esgoto, um senhor que trabalhava na reforma do Horto gostou do animal e pediu para adotá-lo. Acabamos deixando ? conta Salvador.
De acordo com o secretário de Ordem Pública, coronel Gilson Chagas, boa parte dos pedidos de resgate é feita através do telefone 153, que recebe chamados de segurança e ordem pública no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp). Ele incentiva o uso do serviço.
? As pessoas têm procurado o 153 e visto resultado. Tanto no caso de resgates de animais quanto em ocorrências de outros tipos, a resposta é rápida ? diz Chagas.
Segundo ele, com a inauguração da Cidade da Ordem Pública, no Barreto, prevista para agosto, o número de guardas ambientais ? hoje são 33 agentes ? deve aumentar, pois um curso de qualificação será realizado constantemente no local.
? Vamos treinar não só nossos homens, como estaremos abertos para ajudar as guardas de cidades vizinhas ? afirma o comandante.