Cotidiano

Endividamento das famílias preocupa, mas, é sinal da retomada da economia

Uma pesquisa divulgada ontem (11) aponta que o endividamento das famílias paranaenses no mês de julho bateu recorde e 95,1% delas estão endividadas

Endividamento das famílias preocupa, mas, é sinal da retomada da economia

Cascavel – Uma pesquisa divulgada ontem (11) aponta que o endividamento das famílias paranaenses no mês de julho bateu recorde e 95,1% delas estão endividadas, o mais elevado índice para julho nos últimos dez anos. Os dados são da Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) e da Fecomércio PR (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná).

Para o economista, Vander Piaia, os dados apontam um alto grau de endividamento das famílias, algo que é histórico e cultural, já que existe o crédito e, portanto, abre a possibilidade de se fazer a dívida. “Todos nós compramos no nosso cotidiano e muitas vezes a prazo, por diversos motivos, por não pagar à vista ou financeiramente ser melhor pagar a prazo, o que acaba criando o endividamento”, analisou o economista, reforçando que o problema é quando ocorre o alto grau de endividamento.

Segundo Piaia, fazendo uma análise do atual momento se pode dizer que é reflexo da própria inflação, ou seja, a população não deixou de comprar, mas precisou pagar a mais em função disso e, com isso, aumentou as suas dívidas. “Acredito que esse número não irá se manter, nas próximas medições deve ter queda, porque estamos em um teto muito elevado. Mas, a razão principal é certamente o acréscimo brusco do aumento do custo de vida motivado pela a inflação, porém, a previsão é que o acumulado caia até o fim do ano”, ponderou.

Cascavel segue tendência

Na realidade local, os dados do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) de Cascavel, apontam um crescimento na quantidade de pessoas que foram incluídas na “lista negra” no mesmo mês. Em julho, foram incluídas 4.780 pessoas na lista, 13% a mais do que no mesmo período de 2021, que registrou 4.244 inclusões. Além disso, o número de consultas ao sistema também aumentou no mês passado em 23% em comparação ao ano anterior.

Segundo análise do setor de SPC da Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel), se percebe que os números representam a retomada da economia, sendo natural ter mais registros pelo aumento de venda no comércio. Outro dado importante é que houve um aumento na baixa dos registros, de 5%, que este ano foi de 4.072 e, no mesmo mês do ano passado, foi de 3.893.

Cenário nacional

No cenário nacional, com 78%, o endividamento chegou ao mais elevado índice em 12 anos. O Paraná é o estado com maior percentual de endividados do país. Entretanto, o fato de possuir dívidas não é algo necessariamente negativo, uma vez que a compra parcelada ou fatura a vencer indica que o consumidor acredita em sua capacidade financeira.

Em julho também houve ampliação das dificuldades nas condições de pagamento das dívidas. No Paraná, as famílias com contas em atraso passaram de 22,4% em junho para 24,8% no mês passado. E as que não terão condições de quitar seus débitos subiram de 7,7% para 8,1%. Contudo, a situação dos paranaenses está melhor do que a média brasileira. No país, 29% dos brasileiros estavam com as contas atrasadas em julho e 10,7% não tinham condições de pagá-las.

O agravamento do endividamento ocorreu principalmente entre as famílias de menor renda, entre as quais as dívidas saltaram de 92,2% para 95,1%. Já entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos o indicador permaneceu em 95,2%. O tipo de dívida mais recorrente foi o cartão de crédito, com 82,4%. Na sequência ficou o financiamento de veículo, com 11,9%, e o financiamento imobiliário, com 5,3%.

Foto: ABR 

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Comércio estende o horário a partir de hoje para “atrair” consumidores

Para aqueles que ainda não compraram o presente do Dia dos Pais, o comércio de Cascavel terá horário estendido. Nesta sexta-feira as lojas abrem às 8h e seguem abertas até às 20h e no sábado será das 9h às 18h. De acordo com dados da Fecomércio e pelo Sebrae Paraná, 60,8% dos paranaenses pretendem presentear nesta data, percentual menor do que no ano passado, quando 66,4% planejavam comprar presente para o pai, e foi o mais baixo da série histórica.

Mas, a pandemia ainda tem efeitos sobre os consumidores. Enquanto no ano passado, 51,2% dos paranaenses afirmaram que a crise sanitária influenciava no valor ou no tipo de presente oferecido naquele Dia dos Pais, neste ano, 37,8% são impactados pela Covid-19, sobretudo em busca de presentes mais baratos e no local da compra.

Valores

Se a intenção de presentear caiu, por outro lado, o valor do presente será maior neste ano. O tíquete médio será de R$ 135,16, ante R$ 116,00 no ano passado. A maior parte dos filhos, 36,9%, vai gastar até R$ 100,00; 26,2% vão comprar presentes entre R$ 101,00 e R$ 150,00; 23,4%, entre R$ 151,00 e R$ 200,00 e os que vão gastar mais de R$ 200,00 serão 13,6%.

Roupas e calçados são as principais escolhas dos filhos, com 50,9%. Para os pais mais vaidosos, 17% dos entrevistados pretendem comprar perfumes e cosméticos.