Cotidiano

Desembolsos do BNDES caem 16% no bimestre, para R$ 10 bi

fabrica_sozafranca.jpgRIO – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desembolsou R$ 5,3 bilhões em fevereiro, somando R$ 10 bilhões em crédito liberado no primeiro bimestre de 2017. Na comparação com o primeiro bimestre de 2016, o total de desembolsos do BNDES nos dois primeiros meses deste ano caiu 16%, ainda refletindo o quadro econômico brasileiro de baixo investimento.

A queda do desembolso total do banco no bimestre foi mais concentrada na indústria, cujas liberações diminuíram 47% na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 1,88 bilhão. De acordo com o BNDES, ?a capacidade ociosa não estimula a tomada de crédito para investimentos no setor?.

Por outro lado, as estatísticas apontam alguns sinais de melhora à frente. A Finame, linha que financia máquinas e equipamentos, teve alta de 35% nas aprovações, etapa anterior ao desembolso, nos dois primeiros meses deste ano ante o mesmo período de 2016.

AGROPECUÁRIA: ALTA NOS DESEMBOLSOS

Além disso, o volume das consultas da indústria, primeira etapa do processo de obtenção de crédito do BNDES, aumentou 64% na mesma comparação. ?Ainda que incipientes, os dois indicadores apontam para a retomada da demanda por crédito do BNDES para investimentos com a recuperação gradual da economia?, disse o BNDES.

Considerando todos os setores, as consultas, que funcionam como um termômetro da disposição de investir do empresariado, caíram 21% no primeiro bimestre, para R$ 9,7 bilhões.

Entre os setores econômicos, o destaque do bimestre foi a agropecuária, cujos desembolsos somaram R$ 2,3 bilhões e registraram alta de 11% na comparação com o primeiro bimestre de 2016. Foi o único que apresentou crescimento. Segundo o banco, a alta reflete diversos programas agrícolas do governo federal.

Os desembolsos para infraestrutura recuaram 10% e para comércio e serviços, 1%. Na área de infraestrutura, no entanto, três subsetores tiveram forte alta nas liberações: telecomunicações (270%), transporte ferroviário (85%) e energia elétrica (48%).