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Leia Mulheres Cascavel promove encontros online no segundo semestre

O grupo se reúne sempre aos sábados e é aberto a todas as pessoas interessadas

Leia Mulheres Cascavel promove encontros online no segundo semestre

A pandemia do coronavírus mudou a rotina de todo mundo e obrigou muita gente a ficar em isolamento durante a quarentena. Todas a atividades culturais foram interrompidas e os espaços de convivência coletiva e partilha tiveram que ser repensados. Porém, ainda há vida inteligente e acolhedora durante a crise. O grupo Leia Mulheres Cascavel decidiu continuar promovendo encontros todos os meses, através de aplicativos de videoconferência e já divulgou a lista de livros que serão discutidos nos próximos seis meses. Todas as informações sobre as obras e autoras selecionadas e ainda sobre o funcionamento do grupo podem ser acessados pelo Instagram leiamulherescascavel.

Iniciado em abril de 2019, o projeto Leia Mulheres Cascavel segue em 2020 com o propósito de criar um espaço democrático e não-acadêmico para debater obras escritas por mulheres de todas as nacionalidades, estilos literários, etnias e orientações sexuais. O grupo se reúne sempre aos sábados e é aberto a todas as pessoas interessadas, gratuitamente. Com os encontros virtuais é possível participar de qualquer lugar do país e do mundo.

Para a seleção das obras são seguidos alguns critérios, como explicam as mediadoras e organizadoras do projeto, Juliana Matos e Regina Krauss. “Buscamos garantir a maior representatividade possível, trazendo à luz autoras clássicas, teóricas e também as menos conhecidas e periféricas”, explica Regina. Neste ano consideramos urgente debater o racismo e por isso selecionamos Conceição Evaristo, um ícone da literatura que é brasileira, contemporânea e negra para o encontro de novembro que será na Semana Literária do Sesc ”, conta Juliana.

 

JULHO (25/07)

Amara Moira, E se eu fosse puta (pura)?

Professora de literatura, doutora em Letras pela Unicamp e prostituta em Campinas, Amara Moira traz um relato autobiográfico sobre sua transição de gênero e as experiências como profissional do sexo. Nesta obra, Amara mostra a vida por trás dos panos da profissão mais malfalada do mundo, mostrando as angústias, os medos, os preconceitos mas também, por que não?, os prazeres que ali conheceu. Custe entre R$ 10 e R$ 26.

AGOSTO (29/08)

Jarid Arraes, Redemoinho em dia quente

Escritora conhecida por seus cordéis, Jarid Arraes estreia no gênero dos contos em Redemoinho em dia quente. Focando nas mulheres da região do Cariri, no Ceará, os contos de Jarid desafiam classificações e misturam realismo, fantasia, crítica social e uma capacidade ímpar de identificar e narrar o cotidiano público e privado das mulheres. Entre 15 e 30 reais.

SETEMBRO (26/09)

Mary Shelley, Frankenstein

Um dos mais conhecidos livros de terror, o romance gótico de Mary Shelley foi concebido quando a autora tinha apenas dezoito anos. A história, que se tornaria a mais célebre ficção de horror, continua sendo uma incursão devastadora pelos limites da invenção humana. Obcecado pela criação da vida, Victor Frankenstein saqueia cemitérios em busca de materiais para construir um novo ser. Mas, quando ganha vida, a estranha criatura é rejeitada por Frankenstein e lança-se com afinco à destruição de seu criador. Pode ser encontrado em diversas versões com preços de R$ 15 a R$ 50.

OUTUBRO (31/10)

Arundhati Roy, O Deus das pequenas coisas.

Elogiado livro de estreia da indiana Arundhati Roy, o livro narra a história dos gêmeos Rahel e Estha, que, na Índia de 1969, crescem entre os caldeirões de geleia de banana e as pilhas de grãos de pimenta da fábrica da avó cega. Armados da inocência invencível das crianças, os dois tentam inventar uma infância à sombra da ruína que é sua família e o fantasma de uma mariposa que um dia pertenceu a um entomologista imperial. O livro ganhou o prêmio britânico Booker Prize de 1997 e já foi editado em 36 países. Custa entre R$ 15 e R$ 30.

 

NOVEMBRO (Data a definir)

Conceição Evaristo, Becos da memória.

Becos da memória é um dos mais importantes romances memorialistas da literatura contemporânea brasileira. A autora traduz, a partir de seus muitos personagens, a complexidade humana e os sentimentos profundos dos que enfrentam cotidianamente o desamparo, o preconceito, a fome e a miséria; dos que a cada dia têm a vida por um fio. Sem perder o lirismo e a delicadeza, a autora discute, como poucos, questões profundas da sociedade brasileira. Custa entre R$ 25 e R$ 35.

 

DEZEMBRO (Data a definir)

Silvia Federici, O calibã e a bruxa.

A partir da análise histórica de como a execução de centenas de milhares de “bruxas” no começo da Era Moderna aconteceu, a pesquisadora acompanha o desenvolvimento do capitalismo e sua relação com o uso do “trabalho reprodutivo” das mulheres e a exploração do trabalho doméstico. Custa cerca de R$ 50, mas foi disponibilizado na internet pela autora e pelo coletivo Sycorax, que fez sua tradução para o português.