Para surpreender os clientes, as irmãs Paula, 34, e Bruna Vieira, 28, fundadoras da rede de bistrôs Café du Centre, trazem para o Brasil sobremesas feitas com ouro. Isso mesmo! A sofisticada Linha L’or é elaborada com ouro 23k.
“Somos a primeira cafeteria e doceria do país a criar produtos com gotas de ouro, importamos as partículas comestíveis”, disse Paula.
O metal precioso saiu das joias e foi direto para as cozinhas. Tendência em franca expansão nos EUA, na Europa e em Dubai, pratos luxuosos atraem cada vez mais clientes dispostos a uma experiência gastronômica única e requintada.
Estas refeições dignas de realeza são vistas como excentricidades para uns, mas para outros são capricho, uma maneira positiva de oferecer encantamento aos clientes.
O Café du Centre é um lugar de encontros, onde muita gente é pedida em casamento. Casais comemoram datas importantes, aniversários são celebrados. E em todas essas ocasiões o ouro daria, literalmente, brilho às comemorações.
Há três produtos criado pelo Café du Centre. Todas as receitas utilizam 0,025 miligramas.
Há o carro-chefe da casa, um delicioso croissant artesanal e fresquinho servido com Nutella, nozes e ouro,a Taça L´or, estrela da linha, que é um gateâu, combinado com Nutella, sorvete de alta qualidade, morangos e ouro. E o Café Latte, tradicional ‘espresso’ com leite ou média com ouro.
“Queríamos um café que todos gostam. Aliamos simplicidade com glamour”, explicou Paula.
E apesar do ouro comestível ser mania entre milionários mundo afora, nos bistrôs o preço não assusta. Os produtos variam entre R$ 15 e R$ 49.
Outra curiosidade é que apesar de parecer novidade, o metal já foi usado na cozinha há milhares de anos.
“Há 5 mil anos os egípcios acreditavam que o ouro era uma solução mágica, que proporcionava rejuvenescimento e cura de muitas doenças. O incrível é que os pesquisadores modernos chegaram as mesmas conclusões. Há muitas propriedades medicinais no metal, desde que seja usado em uma pequena quantidade. Reduz o estresse, a fadiga e a ansiedade, aumenta a capacidade de concentração, raciocínio e a energia vital. É afrodisíaco. E ainda retarda o envelhecimento da pele, combate artroses, artrites, reumatismos, a má circulação e melhora disfunções glandulares e digestivas”, disse Bruna.
Investidores não são aceitos
O sucesso do Café du Centre pode ser explicado pela padronização rígida. As irmãs dedicaram-se a pensar cada detalhe.
A inspiração da decoração, que também se reflete nos pratos, veio de Paris. As sócias desejam que os clientes se sintam na capital francesa dos sonhos, imaginada por casais, jovens e amantes do romantismo. Essa referência pode ser observada na delicadeza das cortinas, nos tons agradáveis no ambiente, na estampa das mesas e cadeiras, na música francesa, no atendimento, muito atencioso, e claro, no cardápio.
O cheirinho de croissant saído do forno perfuma levemente a cafeteria. São eles, os carros-chefes da casa, elaborados artesanalmente por uma francesa, moradora da cidade de Itapema, que os envia para todas as franquias do Brasil.
O menu é extenso, para ser consumido sem pressa. Antes dos pedidos serem levado às mesas, paninhos úmidos são entregues aos clientes para refrescarem suas mãos. Cada prato é uma obra de arte, decorados com flores, desenhos com canela e poesias.
Para manter o padrão de sofisticação e cuidado as irmãs são exigentes com os franqueados. Elas não aceitam investidores.
“Nós queremos famílias, casais ou mulheres empreendedoras que trabalhem na cafeteria, que conheçam e conversem com os clientes e façam do negócio seu propósito de vida, como eu fiz ao abdicar da minha carreira”, explicou Bruna.
A história do Café du Centre
Tanto sucesso ainda surpreende as irmãs. Bruna trabalhava como psicóloga em um consultório e Paula como fotógrafa – em um estúdio que mantém. No final do expediente elas se reuniam em cafeterias em Porto Belo e Balneário Camboriú. Assim começaram a gostar de café. Foi então, que a tentativa de agradar o paladar virou ideia de negócio.
Apesar de algumas frases desestimulantes “vocês são loucas”, “nunca vai dar certo”, as irmãs apostaram tudo que tinham, que se resumia a vontade, força de trabalho e um carro de R$ 80 mil, que foi usado como capital inicial.
O jeito foi improvisar. O pai das empresárias cedeu a sala comercial. Ele construiu o encanamento e os três pintaram as paredes. Bruna desmanchou o guarda-roupas e nas madeiras plotou imagens da França. Onze mesas foram espalhadas pelo lugar.
“Abrimos no dia 17 de abril de 2014. Era uma quinta-feira santa. Na sexta o movimento foi inexplicável. Sete meses depois havia filas de três horas. Famílias inteiras passavam a tarde nas calçadas, sentadas no meio fio”, conta Bruna.
Foi pela angústia de ver os clientes na rua, que as irmãs procuraram a ABF (Associação Brasileira de Franchising). Cinco empresas foram indicadas, uma de São Paulo escolhida, e a primeira franquia foi aberta.
As opções do menu mostram outra preocupação da Café Du Centre: o fomento da economia local e o empoderamento das mulheres. Os cafés, servidos em taças caprichadas, acompanham algodão doce, feito por uma empreendedora que trabalha numa praça da região e agora tem uma fonte de renda a mais. Os ingredientes dos produtos são feitos por cozinheiros também das redondezas, que trabalham de acordo com os princípios de Paula e Bruna.
As empanadas são feitas por uma cozinheira argentina – país de onde é importado o doce de leite, que recheia tortas e incrementa cafés, além das taças desconstruídas. Já o melado de cana usados nos doces é fornecido pelo tio, que também vive em Santa Catarina.
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