Rio de Janeiro – Além dos laboratórios estrangeiros, instituições brasileiras também estão desenvolvendo vacinas que atuem contra a covid-19. O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos – Fiocruz) trabalha com duas iniciativas que poderão ser testadas em seres humanos em 2021. Caso os resultados sejam positivos, ao menos uma delas poderá estar disponível para a população em 2022.
As plataformas tecnológicas que Bio-Manguinhos têm usado para as candidatas são pioneiras, segundo o vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Sotiris Missailidis. “Essas duas abordagens que a gente está utilizando não competem com as linhas de produção que vamos usar para a AstraZeneca. Então, potencialmente, poderíamos oferecer as duas ao mesmo tempo, o que oferece uma soberania nacional”, explica Missailidis.
Até o momento, as vacinas da Fiocruz já foram aprovadas nas fases de testes em animais, demonstrando uma produção de resposta imune, sem prejudicar a saúde. Agora, os pesquisadores vão avaliar como os animais respondem ao serem expostos ao novo coronavírus. Os testes devem ocorrer ainda em novembro.
As vacinas em desenvolvimento pela Bio-Manguinhos utilizam de uma tecnologia nova. Uma delas, classificada como vacina de subunidade, prevê a injeção das proteínas Spike (S) e Nucleocapsídeo (N), do Sars-CoV-2, no organismo humano, para que o sistema imunológico reconheça como o vírus e, quando de fato encontrar o coronavírus, saiba se proteger.
A proteína Spike é aquela que compõe a “coroa de espinhos”, que caracterizam o coronavírus. Já a proteína N faz parte do núcleo do vírus. É importante destacar que a injeção dessas proteínas no organismo não é capaz de causar a doença.