Cascavel – Os donos de terrenos baldios da cidade que estão malto alto terão que agilizar a limpeza dos locais para não tenham que desembolsar um valor ainda maior do que já é cobrado atualmente. Com o aumento dos casos de dengue em Cascavel e um risco eminente de epidemia, a Prefeitura de Cascavel vai encaminhar à Câmara de Vereadores projeto de lei para dobrar o valor das multas e serviços executados pelo o Executivo nos terrenos particulares, além de reduzir o prazo para que o proprietário faça a regularização.
Para se ter uma ideia, atualmente um lote que tenha cerca de 400 metros quadrados quando é limpo pelas equipes da Secretaria de Meio Ambiente do município, o proprietário precisa pagar um valor aproximado de R$ 3,6 mil, com multa e taxas. Agora, a proposta do Executivo é que o valor dobre, ou seja, passe para cerca de R$ 7 mil e, ao invés de 30 dias, o proprietário teria apenas 7 dias para adequar o terreno.
A decisão foi tomada sexta-feira (18) em reunião que teve a participação de várias secretarias, que discutiram medidas a serem tomadas de forma imediata devido a elevação em cerca de 60% do número de casos em toda a cidade. A multa é lançada no cadastro imobiliário municipal e o valor é cobrado juntamente com o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), carnês que já estão sendo distribuídos.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Ney Haveroth, este ano a equipe já aplicou 300 multas e no ano passado foram 450 multas. Quando o imóvel é multado ele recebe uma placa que fica afixada no local. A secretaria tem uma equipe reduzida para fazer o trabalho de limpeza e tem a obrigação de fazer o corte do mato apenas em terrenos públicos, por isso, é importante que a população ajude e mantenha os terrenos limpos.
Foto: Secom
Mobilização contra dengue será realizada neste sábado
A Prefeitura de Cascavel programou para este sábado (19) uma grande ação de mobilização contra a dengue em diversos pontos da cidade. Agentes de endemias e servidores de diversas secretarias vão sair às ruas para conscientizar a população sobre a necessidade de manter seus lotes limpos e redobrar os esforços no combate à dengue. Panfletos com orientações serão distribuídos à população.
As equipes irão percorrer as regiões onde há maior infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. A concentração será em frente ao Paço Municipal a partir das 8h30. Na próxima semana uma força-tarefa nos prédios e locais públicos para eliminar criadouros vai ocorrer e está sendo programada por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Risco alto
O segundo LiraA (Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti) divulgado nesta semana, apontou dados bastante preocupantes, visto que o índice geral de infestação ficou em 5,3%, o que representa um risco alto da doença. Em algumas regiões da cidade o índice foi superior a 10,2%, bem acima do preconizado pelo Ministério da Saúde que é de no máximo 1%.
Junto com os altos índices cresceram e muito a quantidade de casos da doença, reflexo do clima de chuvas e calor, o que contribui e muito com a proliferação dos mosquitos. Apenas esta semana a cidade teve um aumento de 60%, passando de 147 para 236 casos positivos, além de outros 159 que estão em investigação aguardando resultado de exames.
Miroslau Bailak, secretário de Saúde, disse que os dados apontam que vamos enfrentar uma nova endemia e essa é ainda bem pior porque ela pode ser evitada e não está sendo. “Temos que chamar a atenção dos moradores, de líderes de bairros, que se mobilizem, cuidem das casas, dos quarteiros e do bairro todo para a situação não piorar ainda mais”, disse.
O secretário ainda lembrou que a dengue mata e que os sintomas podem ser bastantes fortes, é a chamada doença “quebra ossos”. Um dos principais sintomas é a dor muito forte no corpo, no fundo dos olhos e as manchas vermelhas na pele. Quem tiver este tipo de sintoma deve procurar imediatamente um profissional médico para ser avaliado. “Precisamos que a população cuide, caso contrário, teremos ainda muito mais casos”, afirmou Miroslau.
A gerente da Divisão de Vigilância em Saúde Ambiental, Clair Wagner, lembrou que os agentes estão trabalhando de forma intensa, mas que em muitas casas eles acabam encontrando o imóvel fechado e nesses casos, deixam aviso para os moradores entrarem em contato e agendar a visita, que pode ocorrer depois das 18h ou até nos finais de semana, mas que a medida não surgindo efeito.