Curitiba – O governo do Estado reservou R$ 100 milhões para a vacinação contra a covid-19, valor que contempla a compra das doses e de equipamentos como refrigeradores de grande porte, seringas, caixas térmicas, gelo seco, combustível, entre outros. A Assembleia Legislativa destinou parcela no mesmo valor.
A organização e a operação são complexas, mas a Saúde já prevê que a rede pela qual a imunização será distribuída no Estado é a mesma que a cada dois meses distribui 1,2 milhão de doses de 40 tipos de vacinas de outras doenças. A estimativa é de que as doses sejam entregues em qualquer ponto do Estado em um dia, com as rotas atuais de distribuição.
Substituição de containers refrigeradores para o transporte das doses, por outros maiores, que ampliam a capacidade de estocagem das doses, também já está ocorrendo. A previsão é de que o início da imunização ocorra só no ano que vem.
Eficácia de 95%
O Paraná firmou acordo e acompanha desde o início o desenvolvimento da vacina russa Sputnik V. Ontem, foi anunciado que dados preliminares obtidos de voluntários 42 dias após a primeira dose da vacina (21 dias após a segunda dose) indicam uma eficácia acima de 95% na imunização.
A análise foi divulgada pelo Instituto Gamaleya, que produz e testa a vacina na Rússia. Os resultados ainda não foram publicados em revistas científicas. Segundo os estudos, em sete dias após a segunda dose, a eficácia registrada foi de 91,4%.
O diretor-geral do Fundo Russo de Investimentos Diretos, Kirill Dmitriev, disse à agência de notícias Sputnik News que a vacina desenvolvida pela Rússia será não somente a mais eficaz, mas também a mais acessível em termos de preço e logística. “Hoje divulgamos pela primeira vez o preço da vacina que será praticado no mercado internacional: uma dose custará menos de US$ 10 [cerca de R$ 53]. Como são necessárias duas doses, o custo total da Sputnik V por paciente será inferior a US$ 20 [cerca de R$ 107]”, disse o diretor.
Enquanto algumas vacinas em desenvolvimento exigem temperaturas baixíssimas (até -70ºC) para serem preservadas no transporte, a vacina russa poderá ser armazenada e administrada a temperaturas acima de zero. “Por isso, a Sputnik V será uma das vacinas mais acessíveis também sob o ponto de vista da distribuição e logística, o que é um fator muito importante para nossos colegas na América Latina, Ásia, Oriente Médio e África”, lembrou Dmitriev.
A parceria com o Paraná prevê que o Tecpar produza a vacina a partir do próximo ano.