Cascavel – Desde o início da pandemia do coronavírus, o Paraná já investiu mais de R$ 400 milhões no combate à doença. Os recursos vêm de diversas fontes e, de acordo com o secretário de Estado da Saúde, a prestação de contas dos investimentos tem sido realizada mensalmente e em breve os números do quadrimestre serão apresentados à Comissão de Saúde da Alep (Assembleia Legislativa do Paraná). “Temos feito prestação de contas do emprego de recursos que vêm do Tribunal de Justiça, da própria Alep, do Ministério Público, do Tribunal de Contas do Estado, todos os recursos, tanto do Ministério da Saúde como do próprio Tesouro do Estado, têm sido colocados religiosamente à disposição do conhecimento público”, garante o secretário.
Leitos
O secretário afirma que, por meio do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), já existe uma discussão com o Ministério da Saúde para viabilizar a manutenção dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) abertos para tratamento da covid-19 após a pandemia. “Ainda não chegou o momento de fechar os leitos. Temos uma pandemia que está acontecendo, mas já estamos negociando e buscando esse financiamento do governo federal e, aquilo que conseguirmos fazer com o financiamento do governo do Estado, nós vamos fazer, dando prioridade para os leitos de UTI dos hospitais universitários e dos hospitais estaduais para o combate ao coronavírus”, garante Beto Preto.
Ele ressalta ainda que o Paraná tinha 1.200 leitos de UTI antes da pandemia e outros 1.100 foram abertos para o tratamento exclusivo da doença. O objetivo é a manutenção do número total. “Claro que eu gostaria de ficar com todos e vamos trabalhar para isso. Agora, tudo depende do limite financeiro que temos. Em algum momento isso vai pesar, mas, principalmente, os hospitais públicos terão prioridade”, reforça.
HU espera dobrar número de UTIs
O HU (Hospital Universitário) de Cascavel tem expectativa de dobrar o número de leitos de UTI Geral. “Estamos conversando com o governo do Estado para tentar manter pelo menos 14 dos leitos covid, dobrando a nossa estrutura”, afirma o reitor da Unioeste (Universidade do Oeste do Paraná), Alexandre Webber.
Essa seria uma solução, ainda que de longo prazo, para amenizar o problema histórico da falta de leitos de UTI SUS na região oeste.
Vale lembrar que no último fim de semana todas as UTIs, tanto públicas quanto privadas, estavam ocupadas e dezenas de casos graves aguardavam nas UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) por leitos hospitalares. Alguns pacientes foram transferidos para hospitais distantes, mas dois deles foram a óbito.
Nessa sexta-feira (18), de acordo com o boletim divulgado pelo Município de Cascavel, a taxa de ocupação dos leitos gerais de UTI não covid era de 96,4%, com apenas dois vagos. Já nas UPAs a lista de espera por leitos hospitalar somava 29 pacientes.