Genebra – A OMS (Organização Mundial da Saúde) espera que a crise do coronavírus possa acabar em menos de dois anos, afirmou o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, nessa sexta-feira (21). A gripe espanhola, que emergiu em 1918, levou dois anos para terminar, disse ele. “Nossa situação, agora com mais tecnologia, claro que com mais conectividade, o vírus tem mais chance de se difundir, pode se propagar rápido”, disse. “Ao mesmo tempo, temos a tecnologia e o conhecimento para impedir isso.”
Mais de 22,81 milhões de pessoas foram infectadas pelo coronavírus em todo o mundo, e 793 mil morreram em decorrência da doença.
O Brasil chegou nessa sexta a 3.532.330 casos e 113.358 mortes, segundo lugar no mundo em números absolutos, atrás apenas dos Estados Unidos (5,6 milhões de infectados e 174.380 óbitos).
O governo brasileiro estima que 2.670.755 pessoas estão recuperadas da doença e outras 748.217 estão em acompanhamento.
Imunidade
Alguns lugares do mundo, entre eles cidades e estados do Brasil, dão sinais de que podem ter alcançado a chamada imunidade coletiva ou de rebanho contra o coronavírus, dizem cientistas. Ela é alcançada quando o vírus não consegue mais continuar a se propagar com força porque não há pessoas vulneráveis em número suficiente para sustentar uma epidemia.
O número de casos diários caiu e não voltou a crescer significativamente por mais de um mês no Rio de Janeiro, por exemplo, São Paulo e Manaus. No mundo, Nova York, Londres e Mumbai são exemplos.
O padrão observado nesses lugares em nada surpreende a biomatemática portuguesa Gabriela Gomes, da Universidade de Strathclyde, na Escócia. Ela é a líder do grupo de epidemiologistas que desde março defende que o limiar da imunidade coletiva para o Sars-CoV-2 é de cerca de 20% – e não de 70%, como indicavam os modelos tradicionais.
Gabriela alerta, contudo, que o limiar não é o mesmo em todos os países e varia até mesmo dentro deles. Principalmente, em países grandes como o Brasil e os Estados Unidos. “A imunidade coletiva é modulada pelo distanciamento social. Não se pode olhar um país como um todo e cada região dentro dele terá um limiar”, diz ela.
“Só teremos imunidade coletiva ampla com vacina. Mas a força da pandemia já está reduzida em algumas partes do mundo, como na Europa e em parte da China. Também em regiões dos EUA e do Brasil, onde cada estado deve ser pensado como um país. Estamos mais próximos de voltar à normalidade. É importante que isso seja comunicado às pessoas”.
Veja a situação em cada estado do Brasil
São Paulo 735.960 casos
Bahia 229.743 casos
Rio de Janeiro 207.036 casos
Ceará 202.999 casos
Minas Gerais 188.623 casos
Pará 186.646 casos
Distrito Federal 145.452 casos
Maranhão 143.103 casos
Santa Catarina 130.349 casos
Pernambuco 117.431 casos
Amazonas 114.792 casos
Paraná 113.335 casos
Goiás 113.051 casos
Espírito Santo 104.911 casos
Rio Grande do Sul 104.335 casos
Paraíba 100.290 casos
Mato Grosso 80.134 casos
Alagoas 74.839 casos
Piauí 70.536 casos
Sergipe 69.845 casos
Rio Grande do Norte 59.191 casos
Rondônia 50.514 casos
Tocantins 41.848 casos
Roraima 41.191 casos
Amapá 40.875 casos
Mato Grosso do Sul 40.711 casos
Acre 23.337 casos
ANS suspende reajuste
Os reajustes anual e por faixa etária de todos os planos de saúde, sejam contratos individuais ou coletivos, estão suspensos entre setembro e dezembro. A decisão foi tomada em reunião extraordinária da diretoria colegiada da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) na noite dessa sexta-feira, após pressão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
É a primeira vez que a ANS interfere no reajuste dos planos coletivos com mais de 30 usuários, como contratos empresariais. Apesar de a agência sempre ter se restringido a regular os reajustes dos planos individuais, durante a reunião, um técnico da ANS esclareceu a diretoria que não há impedimento legal para que a ANS atue.
A diretoria deixou para depois a discussão de se haverá ou não cobrança retroativa pelo tempo de suspensão do reajuste.