Saúde

Kit intubação: Hospitais tentam equilibrar estoques de medicamentos

Os sedativos e os relaxantes musculares precisam ser administrados nos pacientes constantemente enquanto estiverem intubados nos respiradores mecânicos

Kit intubação: Hospitais tentam equilibrar estoques de medicamentos

Toledo – O desabastecimento de insumos específicos para a intubação de pacientes com complicações devido à infecção por covid-19 continua preocupando hospitais da região. Contudo, a redução de pacientes e a compra de pequenas quantidades de insumos deixaram a situação do Hospital Bom Jesus, em Toledo, um pouco mais equilibrada. “Nosso estoque daria para até quinta-feira (9)… como houve uma pequena redução na taxa de ocupação de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] Covid, o estoque atual dura ate sábado (11). Porém, ontem (7) conseguimos comprar uma pequena quantidade que chega na tarde desta quarta e, assim, temos estoque para até a quinta-feira da próxima semana”, explica a superintendente da HoespZulnei Bordin.

Ela destaca ainda o aumento no valor dos medicamentos. “Os preços estão muito acima dos praticados antes da pandemia. A média é de 900% de aumento… tem item que custava R$ 2,95 e agora está por R$ 26,55. Uma situação muito difícil. Esperamos que se regularize o mais breve possível”.

Os sedativos e os relaxantes musculares precisam ser administrados nos pacientes constantemente enquanto estiverem intubados nos respiradores mecânicos. A média de permanência de paciente na UTI Covid no Bom Jesus é de 20 a 25 dias, dependendo das complicações. Atualmente há um paciente há 45 dias intubado na Ala.

Hospital de Retaguarda no vermelho

Já no Hospital de Retaguarda, em Cascavel, que já precisou recorrer a empréstimos, a situação é mais complicada. Um empenho foi feito para que um laboratório entregue medicamentos que devem manter a unidade por cerca de 30 dias, mas ainda não há garantias de entrega nem de data.

O hospital já foi socorrido por outras unidades e recebeu também uma quantidade de insumos da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), mas, ontem (7), os estoques de algumas substâncias já estavam no vermelho.

Do bloqueador muscular Atracúrio, por exemplo, restava apenas uma ampola e o necessário para atender os 14 leitos diariamente é de 14 doses.

O relaxante muscular Pancurônio tem demanda de 65 ampolas diárias e, no estoque, havia 135.

Do Fentanila, um analgésico, constavam 85 ampolas no estoque para uma demanda diária de 84 nos 14 leitos de UTI.

O Fentanil, que pode ser administrado junto a medicamentos para anestesia, tem demanda diária de 420 ampolas para os 14 leitos, mas havia apenas 300 em estoque. Já da Remifentanila, que pode substituir o Fentanil, havia três ampolas para uma demanda diária de 56.

Outras substâncias como azitromicina, dexmedetomidina, dextrocetamina e nitroprussiato de sódio estavam com estoques zerados. Apenas quatro substâncias tinham em estoque e apareciam na lista como necessários porém não urgentes para reposição.

A direção foi questionada sobre possíveis novos empréstimos, mas até o fechamento não houve retorno.