O Governo do Estado do Paraná lançou Chamada Pública para concessão de bolsas de extensão destinadas a profissionais da área da Saúde. Os bolsistas vão contribuir para ampliar a capacidade de pesquisas de diagnóstico molecular do novo coronavírus, dando suporte nos processos de testagem de amostras de pacientes para confirmação dos casos de covid-19.
Considerados padrão de referência, os testes moleculares, também chamados RT-PCR, são exames que identificam e confirmam a infecção pelo novo coronavírus a partir de uma reação em cadeia no RNA do vírus, por meio da amplificação do ácido nucleico.
“O objetivo é fortalecer a rede de testagem de forma descentralizada, contemplando todas as regiões do território paranaense, a partir das estruturas laboratoriais disponíveis nas universidades públicas”, afirma o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Nelson Bona. Ele destaca que a estratégia integra as ações de prevenção, controle e combate à pandemia, empreendidas pelo governo estadual.
Ele ressalta que, desde o início da pandemia, no ano passado, por orientação do governador Carlos Massa Ratinho Júnior, o Estado tem apoiado o trabalho de pesquisadores das mais diversas áreas, principalmente aqueles ligados às questões epidemiológicas, estatísticas e de virologia. “Da mesma forma, nossas Universidades disponibilizaram laboratórios de pesquisa para as autoridades sanitárias, a fim de auxiliar no diagnóstico da Covid-19”, salienta o superintendente Aldo, frisando o alinhamento com a Secretaria de Estado da Saúde.
Para este novo programa, será destinado, inicialmente, um aporte financeiro de R$ 160 mil, oriundos do Fundo Paraná de Ciência e Tecnologia, gerido pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
O pagamento das bolsas será intermediado pela Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná. Já as atividades de extensão, que serão desenvolvidas pelos bolsistas, terão supervisão da Secretaria de Estado da Saúde.
A testagem molecular deve ser realizada ainda no início da infecção, preferencialmente na primeira semana, quando o paciente tem grande quantidade do vírus. Para tanto, as amostras são coletadas por meio do swab (um cotonete longo e estéril), que é aplicado na região nasal e faríngea (a região da garganta logo atrás do nariz e da boca).
PROGRAMA – Ao todo, serão custeadas 20 vinte bolsas de extensão, cada uma no valor de R$ 2 mil mensais, com duração de até quatro meses, com possibilidade de prorrogação por iguais e sucessivos períodos, em decorrência do agravamento do cenário epidemiológico no Estado. Os profissionais bolsistas deverão cumprir carga horária de 36 horas semanais.
Os profissionais que irão atuar no programa devem ter graduação em um dos seguintes cursos: Biologia, Biomedicina, Farmácia, Medicina Veterinária e Química; ou formação superior em áreas afins, tais como: Análises Clínicas, Bioquímica, Bioprocessos, Biotecnologia, Genética e Microbiologia.
“Uma vez selecionados, os bolsistas deverão apresentar documentação comprobatória de formação e de situação regular junto ao respectivo Conselho Profissional. Ao final do programa, receberão Certificado de Conclusão de Atividades de Extensão Universitária”, sinaliza Marcos Aurélio Pelegrina, assessor da Coordenadoria de Ciência e Tecnologia da Seti.
As atividades serão desenvolvidas em laboratórios de dez instituições de ensino superior paranaenses, estaduais e federais, que integram a Rede Paranaense de Diagnóstico Molecular de SARS-CoV-2, instituída no mês passado. Os kits para realização dos exames serão fornecidos pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, em parceria com o Ministério da Saúde.
UNIVERSIDADES – Os bolsistas serão selecionados a critério das pró-reitorias de Extensão das instituições de ensino superior, que têm até quarta-feira (10) para submissão das propostas, no âmbito do Programa de Apoio Institucional para Ações Extensionistas junto à Rede Paranaense de Diagnóstico Molecular de SARS-CoV-2.
O processo será totalmente online, sem a necessidade de envio de documentos impressos. “As propostas vão indicar os bolsistas selecionados e os respectivos coordenadores técnicos, que são professores responsáveis pela condução dos trabalhos em cada laboratório”, destacou Marcos.
A contratação dos bolsistas poderá ocorrer a partir de sexta-feira (12), desde que não haja nenhuma pendência de documentos, para a formalização do convênio entre o Estado e as universidades. Já o início das atividades ficará a critério de cada instituição de ensino.
O programa contempla as universidades estaduais de Londrina (UEL), na região Norte; Maringá (UEM), no Noroeste; Ponta Grossa (UEPG), nos Campos Gerais; do Oeste do Paraná (Unioeste), com sede em Cascavel; Centro-Oeste (Unicentro), sediada em Guarapuava; e a do Norte do Paraná (UENP), com sede em Jacarezinho.
Também compõem a Rede Paranaense de Diagnóstico Molecular de SARS-CoV-2 a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), ambas com sede em Curitiba; além da Universidade Federal Latino Americana (Unila), sediada em Foz do Iguaçu; e a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), com campus nas cidades de Realeza e Laranjeiras do Sul.
FORTALECIMENTO – O Governo do Estado está articulando uma série de ações para fortalecer o enfrentamento à pandemia. Foi direcionado R$ 1,4 milhão, para investimentos nos laboratórios das universidades que executam o diagnóstico molecular do novo coronavírus. Essa ação vai proporcionar mais celeridade na realização de testes moleculares.
Esse montante será aplicado na aquisição de equipamentos de extração de ácidos nucleicos automatizados para a detecção do vírus; câmaras climáticas (ultracongeladores) para armazenamento de amostras; e cabines de segurança biológicas (CSB); além de materiais laboratoriais para a execução de testes e equipamentos de proteção individual (EPI).