Hoje, 24 de junho, é Dia Nacional da Conscientização sobre Fissura Labiopalatina. De acordo com os dados do Ministério da Saúde (2016), é estimado que um em cada 650 bebês, nasce com fissura labiopalatina, e o objetivo da data, que foi aprovada recentemente, é orientar sobre o tratamento. O Centro de Atenção e Pesquisa em Anomalias Crânio Faciais (Ceapac), no Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop), passou em diversos setores hoje orientando servidores, pacientes e familiares sobre o tratamento. “É importante que as pessoas saibam que existe tratamento, quais são os centros de referência, além de saber quais são as fissuras, que pode ser da abertura da região do lábio e se estender até o palato, é a falta de fechamento desse tecido, e precisamos falar sobre para que esse conhecimento também auxilie no diagnóstico o quanto antes”, afirma a fonoaudióloga do Ceapac, Daniela Lopes.
Desde 2013, o Ceapac, que hoje é referência estadual em fissuras, já contabiliza cerca de 50 mil atendimentos. De acordo com a fonoaudióloga, o diagnóstico e acompanhamento pode começar desde a gestação. “Se a mãe tem acesso ao diagnóstico na gestação o acompanhamento já começa nesse momento, com orientações e tirando todas as dúvidas dos pais, principalmente quanto à alimentação”, explica Daniela.
A fonoaudióloga ressalta que o acompanhamento deve começar o quanto antes. Se indicado cirurgia, a queiloplastia deve ser realizada aos seis meses da criança, e a palatoplastia com um ano e seis meses. “É necessário fazer o tratamento no período certo, de acordo com as fases de crescimento, para que a criança não tenha prejuízos de fala e alimentação, principalmente”, diz Daniela.
Clarissa Cantero e Xavier Barela moram em Foz do Iguaçu e já são atendidos no Ceapac desde os primeiros 10 dias de vida do Liam Xavier Barela Cantero, que hoje com 4 meses, realiza o acompanhamento necessário a cada 15 dias, para que então possa fazer a cirurgia aos seis meses. “Eu recebi o diagnóstico na gravidez e logo depois do nascimento já me encaminharam. O atendimento é muito bom, estamos tranquilos e na expectativa para fazer a cirurgia”, diz a mãe Clarissa.
O acompanhamento é realizado desde a infância até a fase adulta com toda a equipe multidisciplinar. “A chegada de um bebê com fissura pode provocar medo e angústia nos pais, mas com orientações sobre o tratamento correto e sendo realizado no tempo certo, o objetivo é que a criança possa se desenvolver e ser inserida no contexto social, educacional e quando adulto também no contexto profissional, sem nenhum prejuízo. Para isso, o tratamento engloba aspectos funcionais, estéticos e emocionais”, enfatiza Daniela.
CEAPAC
O Ceapac surgiu como uma forma de melhorar e facilitar o deslocamento dos pacientes, pois os fissurados de todo o Paraná buscavam atendimento apenas em Bauru (SP) ou em Curitiba, onde possui centro especializado. Com o Ceapac no Huop, o Paraná conta com um centro em cada extremo, um no Leste e outro no Oeste. Atualmente, o Ceapac conta com uma equipe profissional completamente engajada na solução do problema, formada por profissionais de diversas especialistas: cirurgião, dentista, odontopediatra, cirurgião dentista ortodontista, cirurgião dentista periodontista, cirurgião dentista buco-maxilo-facial, pediatra, otorrinolaringologista, cirurgião plástico, neurologista, neurocirurgião, assistente social, psicóloga, nutricionista, enfermagem, fonoaudióloga, fisioterapeuta e geneticista.
A instituição também possui programas de residência no setor que traz uma carga de contribuição na formação de profissionais para atuar na área em todos os níveis, tanto em atenção básica, atenção de média complexidade.
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