Os créditos da bilhetagem eletrônica comprados para embarque no transporte público de Cascavel e ainda não usados pelos passageiros somam R$ 4.242.968,20. O montante é o acumulado de 2009 a 2019 pela ValeSim, empresa terceirizada responsável pelo sistema.
Por lei, os créditos têm validade de 12 meses – caso não sejam usados nesse tempo, eles expiram. Porém, como já foram pagos, o dinheiro não desaparece – pelo contrário: rendem uma quantia significativa, que, por enquanto, não têm uma destinação transparente.
Aplicado na poupança, a uma taxa de 0,5% ao mês, o recurso gera R$ 21.214,84 em juros. Considerando que de fevereiro do ano passado até agora o saldo não baixou de R$ 3,2 milhões, em 12 meses teria rendido, só de juros, pelo menos R$ 250 mil. Se aplicado em outras linhas de investimento, o lucro seria ainda maior.
A apuração está em andamento pelo vereador Fernando Hallberg (PDT), que obteve os dados por meio da Procuradoria Jurídica. As planilhas foram repassadas pela Companhia de Trânsito e têm como origem a ValeSim. Nos dados consta que entre fevereiro do ano passado e março deste ano 199.520 créditos pagos expiraram, o equivalente a mais de R$ 700 mil.
Por meio do gestor, Alan Tambeli Carneiro, a ValeSim esclareceu que os “créditos dos cartões dos passageiros não expiram ou expurgam, mesmo aqueles vendidos há mais de 12 meses, ainda que havendo previsão legal para tal procedimento”. Ou seja, o dinheiro dos passageiros é mantido em posse da empresa e “poderiam” ser usados.
Diante do saldo mantido pela ValeSim, Hallberg aguarda agora novas respostas do Executivo municipal. “Queremos saber o motivo pelo qual esses R$ 4,2 milhões não foram abatidos para proporcionar um desconto na tarifa. Também aguardamos respostas sobre o uso desse recurso durante todo esse tempo”.
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Reportagem: Josimar Bagatoli