Policial

Gaeco denuncia três policiais militares

Lindoeste – O juiz Marcelo Carneval, que responde pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Cascavel, determinou ontem novas diligências após aceitar, na segunda-feira (31), denúncia formalizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) no início do mês passado contra três policiais militares de Lindoeste que atiraram contra um rapaz de 23 anos durante uma abordagem em maio deste ano.

Na denúncia do Gaeco, um dos policiais é acusado de tentativa de homicídio e outros dois de alterar a cena do crime com o propósito de induzir a perícia a erro.

Os policiais alegaram, na época, que o jovem reagiu e que estaria armado, mas, segundo o Gaeco, a arma de fogo foi “plantada” no local. O rapaz teve ferimentos no joelho e no braço.

Na denúncia, o Gaeco pediu a prisão de um dos policiais, mas o juiz negou. “Destaco que não foram apresentados indícios de que o réu esteja coagindo e ameaçando testemunhas do processo, no intuito de contaminar a produção probatória ou alterar a demonstração fática do processo. Logo, a liberdade não constitui meio de obstacularização do fair play, isto é, das regras do jogo processual limpo”, afirmou o magistrado na sentença. O juiz entendeu, no entanto, que existe “materialidade e indícios da autoria frente aos elementos informativos colhidos”.

Afastamento negado

O Gaeco também solicitou o afastamento dos outros dois policiais, mas o juiz não entendeu ser necessário. Ele disse, no despacho, que o pedido não merece ser acolhido porque, ao que tudo indica, as condutas foram praticadas num contexto isolado. “Não houve demonstração de que a permanência nos cargos pode ensejar a continuidade de atividades ilícitas, ou mesmo, fundado receio de que dificulte a produção de provas”, afirmou Carneval.

Outro lado

O comando do 6º BPM (Batalhão de Polícia Militar) informou que não tem conhecimento da denúncia e que, por isso, não pode se manifestar. Segundo o tenente Roberto Tavares, um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto para apuração interna sobre a conduta dos policiais envolvidos.