Após um impasse de 23 anos, as famílias que vivem no assentamento Jangadinha, criado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), tiveram de deixar suas casas na manhã de ontem em operação de reintegração de posse realizada pela Polícia Militar.
Mas um acordo entre o proprietário da área e o prefeito Leonaldo Paranhos garante que elas terão onde morar: “Em conversa com o proprietário, nós conseguimos que as famílias pudessem sair do local e retirar todos os pertences sem violência ou pressão. Com o apoio do Estado, vamos fazer um decreto tornando cerca 50 alqueires dos 170 que a área tem uma Vila Rural, onde as famílias poderão se instalar, claro que respeitando o espaço específico destinado a elas”, disse o prefeito.
Paranhos criticou a demora do Incra em solucionar o problema das famílias. “O Incra teve 23 anos para resolver o problema, mas não resolveu. São famílias que construíram uma vida ali, crianças que vão passar pelo trauma de ver a casa sendo demolida”.
O vereador Rafael Brugnerotto (PSB) esteve no local para ajudar na mediação entre as famílias e o poder público. Segundo ele, ficou combinado com o proprietário que assim que o decreto for assinado as famílias voltarão para as casas, já que a ordem judicial não exige a demolição imediata dos imóveis. “A demolição aconteceria para evitar uma possível reocupação. Como o acordo é de que as famílias voltem, não haverá demolição. Mas, por enquanto, é um acordo de cavalheiros. Então o proprietário pode, sim, demolir, mas aí perde a desapropriação que seria feita pela prefeitura”, alerta Rafael.
De acordo com a Polícia Militar a saída dos moradores aconteceu de forma pacífica. PMs devem voltar ao local nos próximos dias apenas para assegurar a desocupação.
A esperança das 11 famílias que viviam ali está depositada na agilidade do prefeito em publicar o decreto, mas ainda não há data definida para que isso ocorra.