Saiu a primeira contagem oficial dos impactos da greve dos caminhoneiros: R$ 7,2 bilhões. A economia brasileira deixou de crescer pelo menos 0,18% em 2018 por conta da tabela do frete rodoviário criada para pôr fim à manifestação que parou o País durante dez dias de maio. Os números são de estudo recém-divulgado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Nessa conta, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro foi reduzido em 0,11%, o equivalente aos R$ 7,2 bilhões.
A menor expansão da economia devido à política de preços mínimos dos fretes prejudicou ainda a recuperação do mercado de trabalho, afirma a CNI. Ao todo, 203 mil postos de trabalho deixaram de ser criados durante o ano.
O estudo traz ainda o impacto nos preços: Sem a tabela, a inflação teria fechado o ano em 3,41%, e não em 3,75% conforme registrado pelo IPCA.
A CNI ressalva que a estimativa é conservadora e que não considera o impacto econômico da própria greve, que trouxe graves desarranjos à economia, com choque de oferta e desabastecimento de produtos às indústrias e ao consumidor. Também não considera o impacto causado pelo custo com administração e fiscalização derivado do tabelamento e da insegurança jurídica resultante das incertezas que se seguiram.
A Confederação da Indústria é autora de uma das três ações diretas de inconstitucionalidade que foram protocoladas no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a lei que instituiu a tabela do frete em junho do ano passado.
Apesar de várias reuniões e outros estudos feitos para atestar o prejuízo que a tabela causa em toda a cadeia produtiva, até hoje o relator ministro Luiz Fux não marcou data para julgar as ADIs. É o Brasil aumentando seu próprio custo.