Opinião

A dor da separação vive o luto da morte

Amparar
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“Quando um relacionamento termina, isso está sempre vinculado a uma profunda dor. É importante que ambos os parceiros se abandonem a ela. Muitas pessoas preferem esquivar-se à dor através de acusações ou procurando a culpa” (Bert Hellinger)

A separação sempre vem acompanhada de uma profunda dor. Às vezes, um parceiro procura evitar a dor buscando os motivos e o culpado pela separação.

A busca pela culpabilidade tem o cômodo efeito de não olhar a dor de frente. No entanto, somente vivendo a dor será possível tornar-se livre outra vez para um novo vínculo. Por isso, em vez de buscar o culpado, o casal precisa entregar-se à dor.

No fundo, permitir-se sentir a dor da separação é viver o luto da morte. Com efeito, a outra pessoa partiu, não está mais conosco, tal como acontece quando perdemos um ente querido em virtude da morte.

Como, de forma prática, o casal pode proceder para assumir conjuntamente a dor? A melhor maneira de fazer isso é ambos fecharem os olhos e se perguntar: “O que foi bom com meu marido; o que foi bom com minha esposa?”.

Por vezes, especialmente quando o processo de separação é muito traumático, pode acontecer de os parceiros não conseguirem identificar o bom vivido durante o relacionamento. Neste caso, ajuda olhar para trás, para o início do enamoramento.

Reavivar os primeiros encontros e aquilo que os moveu na direção um do outro, fazer aquela fagulha de admiração e respeito se expandir no peito para, em seguida, tomar a decisão consciente de que o melhor caminho é retirar-se da relação.

Bert Hellinger faz uma observação irônica a propósito do sofrimento que um processo de separação implica. Algumas pessoas, diz ele, esperam até que tenham sofrido o suficiente para, por assim dizer, “comprar o direito de se separar”. Mas isso só piora as coisas.

Assim, a pessoa age como se, com o seu sofrimento – ao permanecer numa relação que já não quer mais – fosse capaz de neutralizar o sofrimento do parceiro ou, então, justificar mais adiante, aos olhos dos outros, a sua decisão de separar-se.

No fundo, a pessoa deseja que suas amigas e amigos digam depois da separação: “Você já tinha sofrido demais; você está mais do que certa/o por separar-se!”.

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JOSÉ LUIZ AMES E ROSANA MARCELINO são consteladores familiares e terapeutas sistêmicos e conduzem a Amparar

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