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'Tamanho não é documento', diz Bruno Schmidt após vitória

Considerado “baixinho”, com seus 1,85m, Bruno Schmidt foi um gigante na final do vôlei de praia masculino, quando conquistou a medalha de ouro ao lado do parceiro Alison. Após a partida, cercado por um batalhão de jornalistas, o campeão olímpico garantiu: tamanho não é documento. vôlei de praia 1808

– Tomara que o dia de hoje sirva para mostrar para todos que nesse esporte não se pode rotular nada. Acho que todo mundo viu que um atleta baixo tem espaço aqui. Que isso sirva de lição. O vôlei de praia é um esporte que precisa ter coração – afirmou o atleta.

Ele lembou do pai, Luiz Felipe, que sempre o incentivou a jogar, apesar da estatura não ser a considerada padrão na modalidade.

Bruno e Alison vencem dupla italiana e garantem ouro brasileiro no vôlei de praia– Cada dia era uma luta. Eu olhava e para o meu pai e falava: “pai, não estou perdendo tempo? Meus amigos já estão formados e estou em algo que não sou bem-vindo”. Mas ele nunca me deixou parar. Dedico muito a ele essa medalha. Sempre acreditou em mim mais do que eu mesmo. Nada veio fácil. Ele sempre falou que seria assim. Eu estava muito triste quando perdemos o jogo na primeira fase (para os austríacos Doppler e Horst). Meu psicológico ficou abalado. Mas ele disse que seríamos campeões. Meu pai nunca deixou eu desistir do meu sonho – contou, emocionado.

Membros famosos da família Schmidt também estiveram em Copacabana torcendo por Bruno. Como o apresentador do Fantástico, da TV Globo, Tadeu Schmidt.

– Ele só tem 1,85m. Para o vôlei de hoje ele é um anão. Quando entra em quadra parece que é uma criança que vai jogar com os adultos. Só consegue jogar porque é um gênio. Não tem como ser mais habilidoso, mais técnico que o Bruno. Pode igualar, se comparar, ser mais ou menos o mesmo nível. Mas, melhor, não tem como. É um gênio, um craque. Ele é frio, não fica nervoso. Que jogador! – elogiou, orgulhoso.

Um dos maiores jogadores de basquete do Brasil, o irmão Oscar foi lembrado por Tadeu. Afinal, Bruno conquistou a medalha tão perseguida, e muitas vezes merecido, pelo tio.

– Bruno tem a magia. Como o Oscar, que jogou cinco olimpíadas e merecia tanto uma medalha. Chegou perto. Pelo nível do time (a seleção brasileira de basquete) na época. Mas por vários acontecimentos a medalha não veio. Mas agora veio (para a família Schmidt). E foi de ouro! – vibrou.

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Ao ser questionado se chorou após a conquista, Tadeu brincou com o quadro no Fantástico onde os jogadores de futebol que marcarem três gols em uma partida podem pedir uma música no programa:

– Pela primeira vez eu vou pedir música. Quem chora três vezes também pode pedir música no Fantástico (risos). Será a que a Tina Turner cantava para o Ayrton Senna, com toda licença ao nosso imortal campeão, mas quero ouvir “Simply the Best” (simplesmente o melhor). Porque eles (Alison e Bruno) são os melhores do mundo. São campeões olímpicos – destacou.