Possivelmente ele é o pior nadador a ter caído na piscina do Parque Aquático do Rio de Janeiro. Mas Robel Kiros Habte não está nem aí. O etíope realizou o sonho de disputar uma Olimpíada e ainda teve o seu momento de estrelato ao ser ovacionado pela torcida carioca quando terminou em último lugar na sua bateria nos 100m livre nesta terça-feira com um tempo de 1m04s95.
Único entre os 59 atletas a teer completado a prova em um tempo superior a 1m, Habte chegou ao fim da prova quase 14s depois depois do primeiro colocado de sua bateria composta apenas por três nadadores. O melhor foi o dominicano Johnny Perez Ureña, com 5is50. Logo depois, veio o marfinense Thibaut Amani Danho, com 52s78.
Exibindo um físico um tanto quanto fora dos padrões dos atletas da natação, Habte ainda fez um tempo 17s05 acima do melhor tempo da eliminatória, feito pelo australiano Kyle Chalmers (47s90). Uma eternidade para os padrões da natação.
Foi a única prova do etíope no Rio. Com 24 anos, ele ganhou uma chance de competir nos Jogos por um convite da Federação Internacional de Natação (Fina), que convoca alguns nadadores de países não representados nos Jogos para competirem na Olimpíada. Após a prova, ele disse ter ficado feliz com sua participação.
– Estou muito feliz porque é a minha primeira Olimpíada – disse o etíope, que começou a nadar em um país conhecido por corredores porque queria “fazer algo diferente”.
– Queria fazer algo diferente para o meu país. É por isso que eu escolhi a natação. Todo mundo, todo dia, na Etiópia corre. Não nada. Mas eu não queria correr. Eu queria ser um nadador.
Habte acabou lembrando o lendari Eric Moussambani. O nadador de Guiné Equatorial também disputou a prova dos 100m em Sydney-2000 e chamou a atenção por suas limitações no nado crawl. Ele acabou terminando a sua eliminatória na ocasião com um tempo de 1m52s72.
