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Medellín, perplexa com tragédia da Chapecoense, recebe voluntários para ajudar parentes de vítimas

MEDELLÍN, Colômbia – “Nosotros tenemos mucho sentimiento”…

Assim abriu a conversa o motorista que me trouxe do aeroporto internacional José Maria Córdova, em Rio Negro, a 50 minutos do hotel em Medellín.

A cidade parece perplexa com o acidente, a movimentação da imprensa (local e estrangeira), os pedidos de informação (desde a localização de um dos hospitais até onde comprar chips para celulares).

Tragédia Chapecoense – dia 2

No aeroporto, voluntários chegam de todas as partes. Michele, Leni e Bruna, que não querem dar sobrenome nem fotos, são brasileiras, psicólogas e vivem há dois anos nesta cidade que classificam de “paraíso, com povo acolhedor e amistoso”. Elas estão entre os voluntários que se engajam na acolhida aos familiares das vítimas do acidente com o voo da Chapecoense. A concessionária que administra o aeroporto organiza e designa uma dupla, com psicólogo e tradutor, para atender cada família. Também determina os hotéis onde ficarão os parentes dos mortos e feridos. A ideia, basicamente, é “estar à disposicao” dos familiares para lhes dar conforto e resposta a seus pedidos.

No outro aeroporto, Olaya Herrera de Medellin, para voos domésticos, foi montado um centro de atenção à imprensa, onde representantes da cidade e diplomatas desenvolvem seus trabalhos. As informações estão dispersas entre o Instrituto Médico Legal e três hospitais.

As telas de televisão exibem todo o tempo noticiário sobre o acidente, que matou 71 pessoas e deixou seis feridos. Comandantes de outras companhias aéreas são consultados sobre possíveis causas, se os procedimentos de aproximação estariam corretos, mas todos resumem suas opiniões, à espera do que irão revelar os dados das caixas pretas.

A TV exibe também análises sobre os donos da companhia LaMia, que inclusive teria um sócio chinês preso em seu país de origem. São discutidas a situação econômica da empresa, a possível economia de combustível no voo e a especulação de que o piloto não teria anunciado à torre de controle uma possivel pane seca, pois isso resultaria em inquérito e multas, com possíveis sanções contra a companhia aérea.

Gráficos e mapas da rota de voo são projetados contra a silhueta de um controlador de voo, que explica o funcionamento de uma torre de controle.

Nas palavras do taxista, “hay que buscar culpables, pero la verdad es que la gente ha perdido sus entes queridos” (é preciso buscar os culpados, mas a verdade é que as pessoas perderam seus parentes queridos). 63067195_PA Medellin Colombia 30 de novembro de 2016 Acidente aereo com a Chapecoense Voluntari.jpg