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Flamengo vence, se classifica para a semifinal e elimina Botafogo

O locutor do Engenhão fazia o seu pedido de paz ecoar pelos alto falantes do estádio. Era uma tentativa de fazer refletir dentro de campo o desejo da torcida após o tumulto do lado de fora, com cenas de violência, uma pessoa morta, e ameaças de o clássico ser cancelado. A vitória de 2 a 1 do Flamengo sobre o Botafogo garantiu a classificação rubro-negra em primeiro no Grupo B para a semifinal da Taça Guanabara e eliminou o Botafogo, que priorizou a Copa Libertadores.

Com um time reserva, mas aguerrido, o Botafogo jogava por aquela bola que poderia mudar a sua sorte no jogo. Completo, o Flamengo, com 100% de aproveitamento no Carioca, dominava e comandava as ações. Ao investir seus ataques pelo lado direito da defesa alvinegra, o Flamengo encontrou espaço e a estratégia para furar o bloqueio de um time que, sem o entrosamento de sua equipe titular, esperava a hora certa para contra-atacar.

Ao detectar o ponto fraco, o Flamengo começou a dar volume às investidas. Aos 35 do primeiro tempo, Diego cruzou da esquerda do ataque. A bola passou por todos na área, mas não por Guerrero, que tocou para o gol com a coxa direita. Os alvinegros reclamaram de um toque de mão do atacante peruano, que marcou cinco vezes e é o artilheiro do time na temporada.

Em rápida reposta, o gol do Botafogo despertou mais polêmica. Quatro minutos depois, após uma enfiada de bola de Dudu Cearense, o auxiliar levantou a bandeira ao ver Roger em posição de impedimento, mas depois voltou atrás, O atacante, no entanto, não foi em direção à bola, que ficou para Guilherme. A defesa rubro-negra parou e Guilherme seguiu e conseguiu cruzar para o camisa 9 alvinegro marcar de cabeça. A reclamação foi geral do lado do Flamengo e os jogadores cercaram o juiz. Ao afastar Everton da confusão, Diego derrubou o companheiro no chão.

Roger, que aproveitou bem a oportunidade, e usava uma camisa em homenagem ao craque Heleno, comemorou pedindo silêncio à torcida adversária.

? Feliz com o gol e por homenagear um craque, ídolo da torcida do Botafogo.

Já o zagueiro Réver, do lado rubro-negro, tentava explicar o lance do gol de empate:

? O bandeirinha acabou levantando, dando impedimento e acabamos desistindo da jogada. O Guilherme veio por trás e colocou o Roger em condições de fazer o gol. Vamos voltar mais atentos, confiar desconfiando da arbitragem. Nada pode tirar nossa concentração.

Leandrinho acerta travessão

O entrosamento do Flamengo talvez faltasse à equipe reserva do alvinegro. E também faltou atenção no segundo gol. Após cobrança de escanteio e desvio da defesa, Rafael Vaz mandou para o meio da área de bicicleta e a bola sobrou para Éverton, de cara com Helton Leite, empurrar para o gol, aos 20 do segundo tempo. Dessa vez, foram os alvinegros que reclamaram de impedimento.

As duas bolas que Leandrinho acertou no no travessão de Alex Muralha poderiam ter mudado o placar do jogo. Talvez, se uma delas entrasse, um empate seria mais simbólico ao representar uma ideia de harmonia em uma noite na qual a maior derrota foi ver o futebol servir de pano de fundo para a violência.

FICHA DO JOGO

Botafogo: Hélton Leite, Marcinho, Renan Fonseca, Igor Rabello e Gilson, Dudu Cearense (Bruno Silva), Lindoso (Leandrinho), Matheus Fernandes e João Paulo; Guilherme e Roger (Vinicius Tanque).

Flamengo: Muralha, Pará, Réver, Rafael Vaz e Trauco (Rodinei); Rômulo, Willian Arão e Diego; Mancuello (Berrío), Everton e Guerrero (Gabriel).

Gols: 1T: Guerrero aos 35m, Roger aos 39m; 2T: Everton aos 20m.

Juiz: Bruno Arleu de Araújo.

Cartões amarelos: Roger, Everton Casos para cada 100.

Público pagante: 22.042 (23.406 presentes).

Renda: R$ 867.160,00.

Local: Engenhão.