Esportes

Ex-dirigente olímpico da Irlanda diz que enfrentará ?cada uma? das acusações

LONDRES – O ex-presidente do Comitê Olímpico Europeu Patrick Hickey afirmou que irá enfrentar “cada uma” das acusações de ter participado de uma quadrilha de venda ilegal de ingressos para a Olimpíada do Rio de Janeiro de 2016.

O irlandês Hickey, que também chefiou o Conselho Olímpico da Irlanda (OCI), foi solto do presídio carioca de Bangu 10 no mês passado, mas tem que permanecer no Brasil até o julgamento do caso.

“Quero deixar claro que não estou em prisão domiciliar como, além de tantas coisas neste caso, foi informado equivocadamente pela mídia”, disse Hickey em um comunicado também nesta segunda-feira.

“Pretendo enfrentar todas as acusações e lutar contra cada uma delas. Sou completamente inocente de todas essas acusações e irei defender vigorosamente meu bom nome e caráter, que passei minha vida inteira construindo através de trabalho voluntário para inúmeras entidades esportivas”, acrescentou.

Hickey foi preso no dia 10 de agosto, durante a Rio 2016, em um luxuoso hotel de frente para o mar. Sua prisão foi relacionada pela polícia à investigação de uma quadrilha de venda ilegal de ingressos por meio de cambistas.

A polícia acusa Hickey de operar a quadrilha dentro da empresa PRO10 Sports Management, sediada em Dublin, para canalizar entradas destinadas ao comitê irlandês, e não autorizadas para revenda, para a empresa internacional de hospitalidade em eventos esportivos THG Sports.

Todos os envolvidos negam qualquer irregularidade.

Na sexta-feira, um tribunal do Rio de Janeiro aceitou as acusações da promotoria contra Hickey, Kevin Mallon, um diretor da THG, e nove outras pessoas.

Martin Burke, diretor de esportes do OCI, quatro outros funcionários da THG e três da PRO10 Sports Management, a revendedora oficial de ingressos olímpicos da Irlanda, também foram indiciados na corte.

Com exceção de Hickey e Mallon, todos os outros deixaram o território brasileiro e atualmente são considerados fugitivos.

Na semana passada, autoridades disseram à Reuters que acreditam que a quadrilha atuou durante oito anos e que se preparava para outros eventos olímpicos, como os Jogos de Tóquio de 2020.

A quadrilha parece ter realizado golpes semelhantes na Olimpíada de Inverno de Sochi de 2014 e nos Jogos Olímpicos de Londres de 2012, disseram investigadores da polícia do Rio.