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De pesadelo, jogo contra EUA vira sonho do basquete brasileiro

A melhor coisa que poderia acontecer é o Brasil pegar os Estados Unidos no mata-mata. OK, existe um exagero na afirmação, mas, como a outra possibilidade é a eliminação precoce, é bom o time de Rubén Magnano conviver com este ?sonho?. Exageros à parte, os americanos são os únicos do Grupo A que chegam à reta final pressionados por resultados aquém do esperado e questionados pela imprensa de seu país. Basquete: Brasil 107 x 111 Argentina

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Está na defesa o principal motivo de preocupação, justamente num time que era elogiado por ter jogadores que se divertem defendendo. No domingo, na vitória por três pontos sobre a França, a equipe concedeu 97 pontos. Desde que estreou, a fragilidade na retaguarda fica mais exposta. Foram 62 pontos permitidos à China, 69 à Venezuela, 88 à Austrália e 91 à Sérvia. A média é de 92 pontos concedidos para os times mais fortes.

? Nós podemos fazer mais pontos que os adversários, mas isso não vai nos dar o ouro. Precisamos trancar a defesa. E vamos fazer isso ? disse Klay Thompson, ontem, depois de marcar 30 pontos.

E é na defesa que o Brasil tem sua força. A meta da equipe é sofrer menos de 80 pontos por partida e, em média, tem conseguido. Descontados as duas prorrogações contra a Argentina, os brasileiros viram os adversários fazerem 78 pontos por jogo. A missão contra os americanos é mais complicada. Afinal, têm o melhor ataque: 104,8 pontos por partida.

? Consistência é ganhar ? defendeu-se o técnico americano Mike Krzyzewski, o Coach K, em uma entrevista coletiva em que demonstrou irritação com o tom das perguntas. ? O fato de estarmos melhorando ofensivamente já é uma grande vantagem. Podemos fazer ajustes e melhorar a defesa.

Nos cinco jogos que fizeram na competição, os EUA tiveram derrotas parciais em quatro quartos e empataram duas vezes ? venceram 14. Ontem, levaram nove pontos de diferença (28 a 19) no último quarto. Para o técnico francês Vicent Collet, não adianta pensar só na própria defesa. Esse talvez seja um problema para o Brasil, que, descontada as prorrogações, faz 75,7 pontos por jogo.

? Contra os americanos, todos querem jogar na defesa, mas se esquecem de jogar ofensivamente. Mesmo se estiverem mal, eles vão continuar marcando pontos. Então, você também tem que fazer ? avaliou Collet.

Para que este confronto dos sonhos para o Brasil aconteça, o time de Magnano tem que encontrar forças para se reerguer e vencer a Nigéria, nesta segunda-feira, às 14h15m. Dado como morto, o adversário derrotou a Croácia na última rodada por 90 a 76 e segue com chances de classificação. É preciso ainda torcer por uma derrota da Espanha para a Argentina, que conta com o jogo para terminar na primeira colocação do Grupo B. Só então os brasileiros podem ouvir as dicas do francês Nicolas Batum:

? Esses caras têm o melhor time do mundo, Carmelo (Anthony), KD (Kevin Durant) e Kyrie (Irving), mas você não pode ficar olhando assustado e assistindo. Fazíamos isso em 1992 com o Dream Team, mas agora você pisa na quadra para competir.

Se de fato acontecer, será a primeira vez que os EUA jogarão contra a barulhenta torcida do Rio do início ao fim.

? Isso seria divertido. Espero que tenhamos a chance de enfrentá-los ? disse Kevin Durant, ontem, ao GLOBO.

Cuidado, Kevin. Vocês têm uma invencibilidade de 10 anos em jogo.