Esportes

De bicho de pelúcia a ?chupeta?: os mimos das equipe de hipismo

Unicórnio.jpgNa conta do COI, 11.502 atletas estão disputando os Jogos do Rio-2016. Porém, a contabilidade deixou de lado outros 270: os animais do hipismo, que, apesar de não serem humanos, são tão atletas quanto os outros, nas palavras de cavaleiros e amazonas. Eles podem não estar presentes nos números oficiais, mas a importância dos equinos é tanta que todos eles têm seu perfil próprio no site da competição, assim como os outros participantes bípedes. Só parece não ter dado tempo de colocar as fotos de cada um. No lugar, estão as bandeira dos países que representam. Hipismo Brasil 17-08

Nome, sobrenome, apelido, tudo está lá. Assim como idade, nacionalidade, paternidade ? em alguns casos também é dado o nome da mãe ?, proprietário, tratador e raça. Até o número do passaporte consta na página dos animais. No entanto, diferentemente dos seus parceiros de esporte, detalhes como resultados mais importantes e interesses pessoais ficaram de fora.

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Apesar de não aparecer em suas biografias olímpicas, cavalos e éguas também têm suas manias, seus causos engraçados e curiosidades. A britânica Lara Griffith, que competiu na modalidade adestramento individual, por exemplo, não pode esquecer o bicho de pelúcia preferido de Rufus: um unicórnio de brinquedo.

Rufus e o bichinho são presenças constantes nas redes sociais da amazona britânica. Lara publica fotos dos dois e brinca: ?Rufus e o unicórnio discutem a sessão de treinamento de hoje?, postou na sua página do Facebook um dia antes do início dos Jogos Rio-2016.

Também da equipe britânica de adestramento, o castrado Neville sofre com soluços às vésperas da competição, por nervosismo. Para amenizar a pressão, o cavalo só dorme com um pouco de feno na boca, como se fosse uma chupeta.

ENGANO LUCRATIVO

No meio equestre, no qual cavalos valem fortunas ? Valegro, que conquistou o ouro no adestramento individual com a britânica Charlotte Dujardin, custa cerca de ? 20 milhões ?, há equívocos que acabam dando certo. Nip Tuck foi parar nas mãos do inglês Carl Hester, um dos melhores cavaleiros de adestramento do mundo, por um erro. Ele achou que estava comprando outro cavalo, mas Barney foi colocado no caminhão por engano, e Hester só percebeu quando viu o passaporte. Ficou com o animal, que disputou medalhas no Rio. Conheça todos os esportes olímpicos da Rio-2016

Nip Tuck, na verdade, é mais conhecido como Barney nas cocheiras. Rubin Al Asad é o nome verdadeiro de Rufus, o do unicórnio de pelúcia. O caríssimo Valegro é chamado carinhosamente de Blueberry. Há ainda Imothep, Cannavaro 9, Bukowski… Praticamente todos os animais ganham apelidos nas mãos dos cavaleiros e amazonas. O nome oficial é aquele do passaporte, mas pode ser modificado nas federações nacionais. Basta pagar uma taxa. Ou é adicionado apenas o apelido.

Melhor cavaleiro do Brasil na prova do adestramento, João Victor Marcari Oliva, também é criador, ao lado do pai José Victor Oliva, e ajuda a escolher os nomes dos seus cavalos e éguas.

? Eu procuro pôr nomes imponentes. Em Pequim, tivemos um cavalo de cria nossa, chamado Nilo VO, que significa Victor Oliva. Tem muita gente que espera o cavalo crescer para escolher os nomes. Mas, para mim, na hora que nasce, a gente olha para cara do potro e já sabe o nome. É igual a um filho ? afirma o cavaleiro.

A nomeação dos animais também segue regras próprias. João Victor explica que cada raça tem o seu critério:

? Eu crio a raça lusitano, e todos os anos há uma letra para nomear os nascidos no período. Você tem que escolher o nome com essa letra. O cavalo alemão é nomeado com a mesma letra do nome do pai. Em cada raça, tem umas regrinhas. Todas as medalhas do Brasil no Rio-2016