Esportes

Cross Country: Público também precisa de preparo

Corre, espera o apito, pula corda e vibra. Descansa no gramado, olha a lista de partida ou ouve o narrador. Tem brasileiro na pista. Larga tudo e sai correndo para tentar tirar a melhor foto do salto. No cross country equestre, não são apenas os atletas e os animais que chegam ao fim da competição esbaforidos e com a língua para fora. É mais ou menos assim um dia de torcedor na segunda prova do CCE (Conjunto Completo de Equitação), em Deodoro. Imagens do Hipismo Cross Country

Tem que ter muita disposição para acompanhar os cinco quilômetros e os 33 obstáculos percorridos por cada conjunto. A torcida brasileira, que, na maioria, acompanhava o esporte pela primeira vez mostrou que tem. Sobretudo as crianças, em presença maciça na manhã de segunda-feira, no Centro de Hipismo. Não raro foram cenas de um grupo correndo ao ar livre em busca do salto do próximo cavaleiro. Não importava se não soubesse o nome.

Alguns se prepararam para assistir ao esporte e chegaram a Deodoro com os nomes na ponta da língua. Após alguns percursos encerrados, eram capazes de opinar sobre o esporte.

SEGREDOS OLÍMPICOS: HIPISMO

– Estudamos um pouco antes de virmos e já conhecemos os cavalos. Eu gostei da Jéssica, a canadense – disse Erica da Costa, professora de 42 anos. Hipismo Jogos

Poucos esportes permitem uma proximidade tão grande com os atletas nos Jogos. Apenas uma corda separa o público da pista. E ela é solta nos intervalos para que os torcedores possam circular pelo percurso. Alguns torcedores novatos preferiram uma das arquibancadas ou se instalaram em pontos específicos sentados em cangas no gramado irregular. Em plena segunda-feira, um domingo típico de Aterro do Flamengo. Inclusive pais e mães empurrando carrinhos de bebê.

– Já levamos a Alice (de 1 ano e três meses) para ver o futebol, mas gostou muito mais do hipismo, Viemos mesmo por causa dela, pelo espaço ser aberto. Só ficamos um pouco perdidos pois não sabemos quem está competindo – disse a professora Marília Costa, de 33 anos.

Marília e Alice saíram de Deodoro sem saber que o australiano Christopher Burton, montando Santano II, foi o melhor cavaleiro da prova individual, sem nenhuma penalidade. A melhor colocação brasileira do dia ficou com o conjunto Carlos Parro/Summon Up The Blood, em sétimo lugar. Na terça-feira, a prova de saltos definirá os campeões.