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Cresce na Lagoa cinturão que pode ajudar Isaquías na canoagem

Quem foi à Lagoa Rodrigo de Freitas desde o último sábado dificilmente não reparou em um cinturão laranja na água, colocado à esquerda das raias onde acontecem as competições de remo na Olimpíada do Rio. Trata-se de uma barreira contra ondulações, que vem inclusive aumentando de tamanho. A posição deste cinturão pode ser um fator importante para as chances de medalha do Brasil na canoagem de velocidade, cujas competições começam na próxima segunda-feira, dia 15.

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Procurada pelo GLOBO no Estádio de Remo, a assessoria de imprensa da Federação Internacional de Remo (Fisa) confirmou com a diretora de eventos da entidade, Svetla Otzetova, que o cinturão se trata de uma proteção contra ondulações, colocada para reduzir a quantidade de marolas que atingem a raia em caso de vento ? no caso, aquele que incide no lado esquerdo dos atletas, vindo principalmente de Sudeste, da direção do Corte do Cantagalo. Este é justamente o ponto mais vulnerável do brasileiro Isaquias Queiroz, esperança de medalha na canoagem, que rema pelo lado direito.

? Todo vento que entra pela esquerda do Isaquias (Queiroz) é ruim. Não há problema se houver vento frontal, de trás, ou se não tiver vento. Se entrar pelo lado esquerdo dele, é ruim. Na canoagem, o vento que traz mais problema é o que incide no lado oposto da remada do atleta ? explicou Jesus Morlán, treinador de Isaquias e da equipe masculina de canoagem, quando perguntado sobre as condições da Lagoa na última semana.

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De acordo com a Fisa, a colocação da barreira não tem objetivo de proteger atletas específicos: segundo a entidade, os cinturões são colocados de acordo levando em consideração as características e possíveis de cada local de competição. Nos dois dias em que houve cancelamento das provas de remo nesta Olimpíada, domingo e quarta-feira, os ventos que provocaram problemas não vinham desta direção, mas sim de Noroeste, pela direita dos atletas, e de Sudoeste (praticamente de frente), respectivamente.

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O cinturão, por sinal, aumentou de tamanho ao longo desta semana. No domingo, parte dele ficava próxima à linha de chegada, área mais protegida dos ventos, e havia um pequeno trecho próximo à marcação de 1500 metros, com um buraco no meio. Nesta quarta, por sua vez, a reportagem do GLOBO constatou que o cinturão agora cobre totalmente os últimos 500 metros de prova, e ainda segue por um bom trecho além da marca de 1500 metros, compreendendo quase toda a raia olímpica de canoagem. O trecho corresponde a metade do espaço de competição do remo, e justamente a parte que é mais protegida naturalmente do vento, devido à topografia da Lagoa.

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Isaquias e a equipe masculina de canoagem estão razoavelmente blindados do impacto das condições climáticas no calendário do remo, que pode invadir períodos originalmente programados para treinos de canoístas para a Olimpíada. A delegação masculina manteve sua rotina de treinamentos em Lagoa Santa (MG) e chega ao Rio apenas na sexta. A princípio, haveria janela para treinos no sábado e no domingo. Caso o remo avance mais um dia, possibilidade que se fortalece se as regatas forem novamente canceladas nesta quinta, a equipe brasileira perde portanto somente uma sessão de treinos na Lagoa Rodrigo de Freitas.20160810_100201 (1).jpg