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Celso Barros reconhece valor de Xerém, mas quer time com estrelas

62699752_EC Rio de janeiro RJ 14-11-2016 Candidato á presidência do Flumminense Celso Barros . F.jpg

ELEIÇÕES NO FLUMINENSE 11-11Após 15 anos de patrocínio ao Fluminense com a Unimed, o pediatra Celso Barros, de 64, concorre à presidência tricolor na eleição do dia 26. Ele reconhece a importância de Xerém, mas adianta que é preciso investimento para contratar jogadores capazes de fazer o time brigar por títulos brasileiros.

Quem seria a Unimed de um possível presidente Celso Barros?

Se eu tivesse uma, maravilha. Eu aceitava. Sabe por quê? Porque se tiver um investidor como o Celso, eu aceito sem bater o pé, sem me sentir desprestigiado. Nestes 15 anos de Fluminense, a relação não foi legal porque, às vezes, eles me colocavam como inimigo, porque o presidente tricolor aparecia pouco.

Mas você teve retorno…

Claro que eu queria a exposição, a visibilidade, e foi por isso que eu entrei. Nesse período, a marca cresceu de 200 mil para 1,2 milhão de clientes. Mas o Fluminense ganhou uma Copa do Brasil, dois Brasileiros, uns três Estaduais. Foi vice da Libertadores e da Sul-Americana.

Se você tivesse um patrocinador como você foi, aceitaria ?sugestões? na escalação como dizem que você fazia?

Aceitaria uma conversa, que foi o que sempre fiz. Eu nunca impus nada a presidente ou a técnico. É só consultar Muricy Ramalho, Renato Gaúcho, Abel Braga… São caras renomados, que não aceitariam uma coisa destas. Mas você sendo investidor, eu acho legítimo que converse.

Quando a Unimed era patrocinadora, parte da torcida e setores do clube diziam que era contra Xerém…

Não é verdade. Xerém é importante e vamos organizar melhor este trabalho. Na nossa gestão, não há certeza de que o Marcelo Teixeira (gerente da base) ficará.

Prefere time de estrelas ou de base?

Prefiro uma mescla. Até pela questão financeira que o Fluminense vive, porque tem problemas financeiros. O presidente me confidenciou que os recursos irão até fevereiro, e, depois, a coisa ficará complicada. Esta gestão seria para alinhar a base com o profissional, mas não dá para prescindir de jogadores de ponta. Sozinha, a base nunca venceu o Brasileiro, mas soma, e tem que ser forte para ajudar o projeto.

Os problemas na cooperativa não arranham sua imagem de gestor?

Eu acho que não. O número de clientes diminuiu porque a oposição fez campanha para denegrir a marca. A Unimed, em 2015, era a preferida dos cariocas e, hoje, está em quarto lugar. A cooperativa tem seus problemas, discutidos pela atual gestão, pela Agência Nacional de Saúde (ANS) e pelo Ministério Público. A Unimed viveu processo em 2014, com custo médico aumentando e a receita parada. Fizemos plano de recuperação, mas houve manobra política e os cooperados da oposição se reuniram. Saí em julho e, até agora, não fui citado em nenhuma ação.

Sua gestão seria voltada para reestruturação financeira/administrativa ou para ganhar títulos?

Para a conquista de títulos. Evidentemente, não posso fazer futebol sem estar bem financeira e administrativamente. Só que o Fluminense é Football Club, é o que toca o clube, a paixão das pessoas.

Dá para montar um time competitivo com pouco dinheiro?

Seria pouco dinheiro 50% do Richarlison, R$ 10 milhões? Seria pouco dinheiro ? 2 milhões por Henrique Dourado? Não acho. O Fluminense gastou… E já se comprometeu com jogadores para 2017, na conta do futuro presidente. Não é que não tenha muito dinheiro, mas um momento como aquele da parceria com a Unimed acabou. Ali, foi muita paixão.

Quais seus planos para o Maracanã?

A nossa ideia é jogar lá. Vamos ver o contrato e a situação do Flamengo. E acho que o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira, não pode ter aquela arrogância de dizer que o Maracanã não sobrevive sem o Flamengo. A nossa casa é o Maracanã.

O Fluminense pode terminar o ano com patrocínio master, fornecedor de material e treinador ?interinos?. Qual a sua solução para os três problemas?

?Entregamos? em 2010 o Fluminense ao Peter Siemsen com Muricy Ramalho como técnico, Adidas como fornecedora de material esportivo e patrocínio da Unimed. Receberíamos com Marcão, com todo respeito, mas não é treinador para o porte do Fluminense, a Dryworld, que parece que já quebrou, com contrato que seria rompido, e com patrocínio pontual da Caixa. Teríamos que fazer estas discussões.

Pretende rever contratos?

Todos. O Mário, por exemplo, já rescindiu. A Roberta Fernandes, CEO do clube, tem contrato com multa de rescisão cara, em cima do laço para o presidente sair…

A homologação da chapas é amanhã (hoje). Alguma chance de composição?

Tenho conversado com Cacá Cardoso, Pedro Abad e Mário Bittencourt e deixei claro que composição poderia existir, mas se eu fosse o presidente.

Como foi seu encontro com Pedro Abad?

Ele disse que gostaria, se fosse eleito, de me ter como um consultor. Eu ouvi.