Saúde

Cascavel discute com entidades plano para vacinar trabalhadores

A intenção inicial seria comprar 100 mil vacinas, de preferência da Sinovac, com dose única, e possível prazo de entrega em 20 dias

MINSK, BELARUS - DECEMBER 29, 2020: A medical worker holds a component of the Russian Gam-COVID-Vak (Sputnik V) vaccine against COVID-19 in a city hospital. The first batch of the Russian Sputnik V vaccine has arrived in Belarus; a mass vaccination campaign is starting in the country. Stringer/TASS.No use Russia.
MINSK, BELARUS - DECEMBER 29, 2020: A medical worker holds a component of the Russian Gam-COVID-Vak (Sputnik V) vaccine against COVID-19 in a city hospital. The first batch of the Russian Sputnik V vaccine has arrived in Belarus; a mass vaccination campaign is starting in the country. Stringer/TASS.No use Russia.

Cascavel – Além de acompanhar prefeitos da Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná) na adesão ao consórcio que está sendo criado pela FNP (Frente Nacional de Prefeitos) para compra de vacinas contra a covid-19, Leonaldo Paranhos lançou ontem outra ação importante. Sugeriu a entidades de classe e do setor produtivo uma parceria para a compra de vacinas de forma a criar um plano de imunização paralelo ao nacional, focado na força produtiva.

A intenção inicial seria comprar 100 mil vacinas, de preferência da Sinovac, com dose única, e possível prazo de entrega em 20 dias. A proposta de Paranhos é a seguinte: a cada 10 mil doses compradas e doadas pela iniciativa privada, a prefeitura compraria outras 10 mil.

Esse imunizante da Sinovac de dose única teria custo unitário de US$ 33, cerca de R$ 190. Ou seja, para comprar as 100 mil doses, seria preciso R$ 19 milhões.

Outra opção é a vacina Sputnik V, com custo de US$ 8,75 cada dose (são necessárias duas por pessoa), que daria cerca de R$ 9,8 milhões. Nesse caso, a dificuldade seria a demora na entrega, além da logística de manusear duas doses, como armazenamento.

O prefeito conseguiu apresentar a proposta ontem, a líderes do chamado G8 (grupo das maiores entidades de Cascavel). Contudo, os participantes pediram mais informações, que devem ser apresentadas nesta sexta.

A ideia da parceria seria criar um plano paralelo de vacinação, já que o nacional prioriza idosos, acamados e portadores de deficiência. Esse, sugerido por Paranhos, focaria trabalhadores e professores das redes pública e privada, garantindo a retomada das aulas de maneira mais segura.

Segundo o presidente da Acic, Michel Lopes, a viabilidade da proposta está sendo analisada para não haver ilusão à população. “Recebemos esse ofício na data de hoje e a partir de amanhã começaremos a tratar o assunto mais profundamente”, informou, acrescentando: “Desde o início estamos buscando estender a mão amiga e de apoio, auxiliando dentro das nossas limitações financeiras, dar condições e dignidade de atendimento aos pacientes, através de algumas doações, e não vamos nos opor a ajudar a população neste momento tão difícil. Esta demanda sem dúvida alguma é a mais importante de todas, pois ela tem alta resolutividade para o problema que estamos vivendo, o problema é o custo elevado e o trâmite burocrático”.

Burocracia

Ontem, o prefeito Paranhos entregou à Presidência da Câmara projeto de lei em que solicita autorização legislativa para que o Município possa fazer compra de vacinas contra a covid-19, por meio da compra direta e/ou por consórcios públicos intermunicipais de âmbito regional, estadual ou federal. “A vacinação em massa é a única solução conhecida para que a nossa cidade possa retornar a um patamar próximo da normalidade”, defende Paranhos.

A Câmara realiza duas sessões extraordinárias nesta sexta pela manhã para discutir e votar o projeto.


Sem anunciar medidas, Pazuello defende “atendimento primário”

Cascavel – A expectativa da vinda do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a Cascavel ficou frustrada com a falta de anúncio e medidas que ajudassem a aliviar a sobrecarga do sistema de saúde. Na UPA Brasília, que suspendeu o atendimento ao público devido à lotação, tendo pacientes intubados até no saguão, Pazuello parou na entrada, conversou com uma atendente da unidade, enquanto a imprensa se esmagava na porta, aguardando a oportunidade para entrevistá-lo.

Sem avançar na UPA, o ministro ia deixando o local, quando foi encurralado pelos jornalistas. Questionado sobre o pedido de transferência de pacientes de Cascavel para outros estados, feito ainda na terça-feira, disse que “não entraria na discussão técnica sobre isso”.

Perguntas a respeito da compra de vacinas também ficaram sem respostas.

A comitiva seguiu então para o Centro de Eventos, onde foi montada a estrutura para vacinação contra covid-19. Ele entrou por uma porta, passou rapidamente pelo local da imunização e saiu, rapidamente, desta vez sem atender os jornalistas.

O último local visitado foi o novo prédio do Cisop (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste do Paraná). Desta vez, uma mesa foi organizada pela Amop e Pazuello falou sobre a gravidade da nova cepa do coronavírus, que estaria acelerando a pandemia, disse que confia na estrutura e na forma como as autoridades de Cascavel estão agindo diante da crise na saúde.

Ele defendeu o “atendimento primário” nas unidades de saúde: “Se não tivermos o atendimento primário e imediato ao cidadão que tem sintomas, é uma barreira. Se não fizermos um diagnóstico rápido, um tratamento especializado, a situação pode se agravar, enchendo os leitos, e assim a estrutura fica muito impactada”.

Sobre a vacinação, disse que foram distribuídas 17 milhões de doses no País, sendo que 2,5 milhões estão chegando aos municípios. “Até semana que vem mandaremos mais uma quantidade similar. Toda semana vamos distribuir uma boa quantidade da vacina, de forma comum e conjunta simultaneamente a todos os municípios do País”.

Segundo ele, a partir do dia 20 de março terá a entrada da produção da Fiocruz e, em abril, terá a estabilização de duas fábricas nacionais, com números acima de 32 milhões de doses por mês.

A programação é vacinar metade do efetivo até metade de 2021 e, até o fim do ano, toda a população brasileira estará imunizada. “Conviver com o coronavírus é nossa missão daqui para frente. Não temos varinha de condão para dar solução. Tem que ser trabalhado com honestidade de propósito e isso nossa equipe tem”, defendeu.

O secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, acompanhou a visita e apresentou um ofício pedindo mais equipamentos como respiradores e solicitando apoio especialmente com relação à ocupação dos leitos no Estado.