Saúde

As marcas que a pandemia deixou e não serão apagadas

Com redução do número de casos, internamentos e óbitos, pandemia que mudou o mundo completou dois anos

O governador Carlos Massa Ratinho Junior visita nesta quarta-feira (14) o Hospital Regional São Sebastião, na Lapa. A Secretaria de Estado da Saúde disponibiliza seis leitos de UTI no hospital.  A unidade já conta com 40 leitos de enfermaria na estratégia de combate à Covid-19.  14/04/2021 - Foto: Geraldo Bubniak/AEN
O governador Carlos Massa Ratinho Junior visita nesta quarta-feira (14) o Hospital Regional São Sebastião, na Lapa. A Secretaria de Estado da Saúde disponibiliza seis leitos de UTI no hospital. A unidade já conta com 40 leitos de enfermaria na estratégia de combate à Covid-19. 14/04/2021 - Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Cascavel – Dois anos se passaram desde o dia em que o mundo recebeu a confirmação da notícia de que a pandemia da Covid-19 estava instalada e um “novo normal” começava a ser estabelecido. São 24 meses de várias “lições”, porém, com tudo o que já aconteceu, parte da população ainda resiste em aprender e adotar este “novo normal” que a Covid-19 impôs para toda sociedade, sem exceções.

Ficou ainda mais evidente a necessidade de cuidar na saúde pessoal e da família, manter a higienização em ordem, cuidar a alimentação e das condições físicas, além de seguir regras de convivência saudável, como o distanciamento social, uso de máscaras e álcool em gel e evitar aglomerações. Nesses dois anos de pandemia tivemos que nos adaptar a uma nova rotina de trabalho, de estudo, de convivência com as pessoas.

No Brasil, como em outros países, nunca se deu tanta importância para as estruturas de saúde e aos investimentos para garantir atendimento emergencial, medicações essenciais e o suporte à vida. Muitas estruturas de saúde foram criadas pelo mundo todo para pode atender os doentes e aos poucos os números de casos, internamentos e óbitos foram fazendo parte do cotidiano. A saída foi a reclusão até que viesse a tão esperada vacina. Depois de um ano do início da pandemia, a vacinação começou trazendo novas esperanças. Porém, mas diante de todo conhecido quadro de riscos, existe uma parcela da população que resiste a imunização e aos cuidados básicos de enfrentamento e prevenção.

 

Resistência

Uma nova pesquisa divulgada sexta-feira (11) pela CNM (Confederação Nacional dos Municípios) demonstra que em 61,4% das cidades as autoridades de saúde enfrentam resistência em relação à vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. Em 91,3% das cidades as doses não são problemas, o que falta são crianças para vacinar.

A pesquisa aponta ainda que 89,9% dos gestores municipais mantêm o uso obrigatório das máscaras e que em 94,6% dos municípios as aulas presenciais já foram retomadas, sendo que em 91,8% das cidades o uso de máscaras para crianças de 5 a 12 anos é obrigatório nas unidades de ensino.

A medida foi tomada para garantir a volta às aulas nas escolas e a segurança sanitária no ambiente escolar.

 

Saída pela vacina

A última variante que enfrentamos e a com a maior incidência de transmissibilidade foi Ômicron, que levou a um recorde de casos de Covid-19 em todo o mundo no início de 2022. De acordo com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), a queda da curva que ocorreu em seguida abre uma janela de oportunidade para o controle da pandemia. Com menos casos e internações, diminuiu a pressão sobre os sistemas de saúde e cresceram as chances de bloquear a transmissão do vírus e a formação de novas variantes, aumentando a cobertura vacinal.

Conforme o Observatório Covid-19 da Fiocruz, ocorre que se houver uma alta cobertura vacinal completa, existe a possibilidade de reduzir o número de casos, internações e óbitos, assim como bloquear a circulação do vírus. Mas, para isso, reforça, é necessário avançar na vacinação entre os estados. O Ministério da Saúde também já divulgou que já está adotando as medidas necessárias para reclassificar o status da Covid-19 no Brasil que, atualmente, é identificado como pandemia para uma endemia.

 

AEN

+++

 

Os números dos dois anos de pandemia

 

O boletim epidemiológico da Covid-19 desta sexta-feira (11) aponta que Cascavel atingiu a marca de 76.036 casos positivos, destes, 257 ainda são casos ativos, com 1.201 óbitos decorrentes do coronavírus. No Paraná mais de 2,3 milhões de casos foram confirmados e 42,4 mil paranaenses foram a óbito por complicações da doença. No Brasil são 28.973.799 casos da doença e 651.255 óbitos, já no mundo são 440.807.756 casos e 5.978.096 mortes.

O mapa de ocupação de leitos da macrorregião Oeste também mostra índices mais tranquilos passados os dois anos. A taxa de ocupação de leitos de UTI é de 34,5% nas cinco regionais de Saúde da Região Oeste e de 52% na 10ª Regional de Saúde de Cascavel. Já na ocupação de leitos de enfermaria o índice é ainda menor. Em toda a macrorregião é de 15,4% e de 11% na 10ª Regional de Saúde.

Conforme o secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, estes dois anos foram “inimagináveis”. “Agimos sempre com muita cautela e transparência para que hoje pudéssemos olhar para trás com segurança de que fizemos tudo aquilo que poderia ser feito”, afirmou. Desde que começou a pandemia o Governo criou um Comitê Gestor de Enfrentamento da Covid-19, abrangendo diversas áreas para discussão e tomada de decisão.

Sobre a questão dos leitos, o Beto Preto lembrou que o Paraná dobrou o número de leitos de UTI, somando aos 1,2 mil leitos gerais, mais 2 mil leitos apenas para atendimento à Covid, além da compra de muitos equipamentos. Nesse período o Estado também investiu em respiradores e monitores, palavra até então desconhecida do dicionário popular. E, em meio a escândalos nos outros estados, conseguiu adquirir os equipamentos com transparência e agilidade.

O secretário lembrou que as vacinas contra a Covid-19 chegaram ao Paraná em janeiro do ano passado e em seguida veio a variante Delta a segunda onda e no começo deste ano a Ômicron, os dois piores momentos da pandemia. O mês de janeiro de 2022 foi marcado por mais de 448 mil diagnósticos positivos para a Covid, além de 561 óbitos. Mesmo com o aumento expressivo na contaminação pelo vírus, os índices de internações e mortalidade da doença se mantiveram estáveis, comprovando a efetividade dos imunizantes utilizados.

 

 

Discussão, agora, é sobre as máscaras!

 

Passado o período considerado mais crítico da contaminação pela Ômicron, os dados epidemiológicos apresentam queda em praticamente todo o país. No Paraná, com a melhora do quadro geral, o Governo do Estado se prepara para mais um importante na história da pandemia: a flexibilização do uso de máscaras.

Item indispensável durante toda pandemia no combate a Covid-19, o uso da máscara é obrigatório por lei no Paraná, mas poderá ser dispensado em ambientes externos nos próximos dias, dependendo do cenário epidemiológico da doença. “A revogação dessa lei deve ser votada nos próximos dias, mas isso não vai substituir a consciência coletiva que se formou ao longo do tempo. A população precisa continuar se conscientizando que a pandemia ainda não acabou e que os cuidados são necessários, especialmente a vacinação, seja na segunda dose ou dose de reforço que centenas de pessoas deixam de tomar por acharem que estão completamente protegidas”, ressaltou o secretário Beto Preto.

Em Cascavel, a discussão sobre o fim da obrigatoriedade do uso das máscaras já chegou à Câmara Municipal. Na segunda-feira (14), os vereadores apreciam o projeto de lei que desobriga o uso em locais abertos, ao ar livre. O projeto que foi protocolado pelo presidente da Casa, Alécio Espínola, na semana passada já foi aprovado pela a Comissão de Saúde da Câmara e agora irá para discussão no plenário.