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Amanda Nunes avisa: ?Estou pronta para buscar finalização a qualquer momento?

RIO, 28 (AG) – Baiana de Pojuca, Amanda Nunes começou no esporte ainda na infância para potencializar a energia que, muitas vezes, acabava descarregando em brigas. Então atacante, chegou a fazer teste nas divisões de base do Vitória, até deixar a paixão pelo futebol de lado para se dedicar ao jiu-jítsu, modalidade que começou a praticar aos 16 anos. Cerca de três anos depois, começava no boxe. MMA / UFC em 18 de dezembro

Há oito anos no MMA, a filha mais famosa de dona Ivete tem, nesta sexta-feira, em Las Vegas, o maior desafio da carreira: defender, pela primeira vez, o cinturão da categoria peso-galo (61kg) do UFC, justamente contra a ex-campeã americana Ronda Rousey. O canal Combate transmite o card preliminar a partir das 22h.

– Entrei no jiu-jítsu por causa da minha irmã Vanessa, que começou a treinar e, como nossos estilos eram parecidos, disse que tinha tudo a ver comigo e que eu iria gostar – recorda Amanda, em entrevista por telefone.

Radicada em Miami, na Flórida, a brasileira, de 28 anos, carrega até hoje um apelido que ganhou no início de sua trajetória no MMA: Leoa.

– Quando treinava em Salvador, na academia do Ricardo Carvalho, o símbolo de lá eram dois leões. E, como eu era a única menina na academia, ganhei esse apelido. E pegou – conta a lutadora, que, quando se mudou de Pojuca para Salvador, com a irmã, chegou a dormir e a ajudar na limpeza da academia.

E foi o “instinto leonino” que levou Amanda a se tornar a primeira campeã brasileira no UFC, a principal organização de MMA do planeta. A façanha veio em julho, também em Las Vegas, quando não deu chances e finalizou a americana Miesha Tate ainda no primeiro round com uma guilhotina.

Nesta sexta-feira, contra uma ex-medalhista olímpica de judô, que tem apenas uma derrota em 13 lutas no MMA e venceu nove lutas com uma chave de braço, a baiana tem consciência dos riscos que correrá no octógono.

– Todos sabem que a Ronda tem um judô bom, tem uma boa queda de quadril, dominou a categoria por muito tempo com essa combinação. Tenho que ter cautela. Vou bloquear todos os ataques dela e aplicar meu jogo. Estou preparada para buscar a finalização a qualquer momento- garante Amanda, que tem no currículo 13 vitórias e quatro derrotas no MMA. No UFC, em que estreou em 2013, são cinco triunfos (quatro deles nas últimas quatro lutas) e apenas uma derrota: para a americana Cat Zingano, em setembro de 2014.

Já Ronda volta ao octógono 13 meses após a única derrota na carreira (para a compatriota Holly Holm). Neste período, ela teve depressão e pensou em abandonar o esporte. Nada que a torne uma rival mais frágil.Amanda e Nina.jpg

– Honestamente, uma atleta como ela é perigosa parada ou ativa. Não a vejo parada, com a mente fraca. Penso em Ronda atleta, que se preparou muito. Ela não é idiota, está preparada para a luta, como também estou – garante Amanda.

E o que mudou na carreira da brasileira desde a vitória sobre Miesha?

– A única coisa que mudou foi o cinturão, dou mais entrevistas, mas continuo a mesma. O cinturão não é uma coisa que eu quis para ser famosa, mas uma realização pessoal e profissional, algo que sempre sonhei.

Fora do octógono, a lutadora – que quando está no Brasil gosta de matar saudade do acarajé – garante manter os hábitos mais simples:

– Gosto de colocar o barco na água, sair com meu cachorro, com minha namorada, irmãs, família, tudo como antes (do cinturão).

A namorada, a americana Nina Ansaroff, que também é lutadora, é peça fundamental neste que é o melhor momento da carreira da brasileira.

– Nina é uma parceira e é muito importante ter alguém assim. Com ela, sei que vou treinar, me alimentar bem. Ela entende meu estresse – revela Amanda. – às vezes, solto as macacas e ela também, já passamos por muitas dificuldades. Desde que decidi ficar sem empresário, virei campeã. Minha irmã cuida das minhas coisas no Brasil, e a Nina, aqui nos EUA.

Amanda e Nina

UFC 207, Sexta-feira em Las Vegas, EUA

CARD PRINCIPAL (a partir de 1h, horário de Brasília)

Peso-galo: Amanda Nunes x Ronda Rousey

Peso-galo: Dominick Cruz x Cody Garbrandt

Peso-pesado: Fabricio Werdum x Adversário a ser definido

Peso-galo: TJ Dillashaw x John Lineker

Peso-mosca: Louis Smolka x Ray Borg

CARD PRELIMINAR (a partir de 22h, horário de Brasília)

Peso-meio-médio: Johny Hendricks x Neil Magny

Peso-meio-médio: Dong Hyun Kim x Tarec Saffiedine

Peso-médio: Antônio Cara de Sapato x Marvin Vettori

Peso-meio-médio: Mike Pyle x Alex Garcia

Peso-meio-médio: Alex Cowboy x Tim Means

Peso-meio-médio: Brandon Thatch x Niko Price