Saúde

74 vidas foram interrompidas pela covid-19 no mês de março em Toledo

Desde o início da pandemia, 221 moradores de Toledo morreram pela Covid-19

74 vidas foram interrompidas pela covid-19 no mês de março em Toledo

No mês de março o Novo Coronavírus (Covid-19), foi responsável pela morte de 74 pessoas em Toledo. Número assustador e que representa 33,49% do total de óbitos registrados no município desde o início da pandemia.

Ou seja, pouco mais de um terço das mortes foram contabilizadas em um único mês. O mês que tinha contabilizado a maior quantidade de óbitos até então havia sido janeiro de 2021, quando 25 toledanos perderam a vida pela enfermidade. O mês de fevereiro de 2021 também apresentou números altos, com 22 mortes. Até agora em apenas quatro dias, o mês de abril contabilizou quatro novas mortes. No total desde o início da pandemia, 221 moradores de Toledo morreram pela covid-19.

Número de casos

Um dos fatores que levaram ao relevante número de óbitos está relacionado ao registro expressivo de novos casos. Quanto a esse índice Toledo também teve os números mais relevantes desde o início da pandemia no mês de março. Foram 3.250 novos casos durante o mês.

O médico e diretor geral da Secretaria de Saúde do município de Toledo, Fernando Pedrotti, explica que o relevante número de novos casos é um dos principais fatores que levaram a esse cenário de óbitos. “Existe uma clara correlação entre o número de novos casos e óbitos. Se tivermos um índice elevado de casos, logo teremos um número maior de pacientes com complicação, quanto maior esse número, maior será o índice de pessoas que necessitam de leitos hospitalares e por consequência isso também impacta em um aumento de mortes. Ou seja, diminuindo o número de casos, também reduzimos os pacientes com complicações, os pacientes hospitalizados e por fim as mortes pela Covid-19”, esclarece.

Colapso do sistema de saúde

O mês de março também apresentou um colapso no sistema de saúde de todo o estado do Paraná. Na 20ª Regional de Saúde de Toledo isso também não foi diferente, com leitos lotados e pessoas aguardando na fila por um leito de enfermaria ou de Terapia Intensiva (UTI).

Durante vários dias os 60 leitos de UTI Covid-19 existentes na 20ª Regional de Saúde estiveram completamente lotados e seguem assim. Nesta segunda-feira (05), além de todas essas vagas estarem ocupadas, 13 pessoas ainda aguardam por uma vaga de UTI em um dos três hospitais de referência para esse atendimento, que estão em Toledo, Palotina e Assis Chateaubriand.

Esses números também se refletiram em toda a Macrorregião Oeste, que é composta pelas regionais de saúde de Toledo, Cascavel, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão e Pato Branco. Regiões que poderiam servir de ‘escape’ para uma possível transferência de pacientes, mas que também estiveram em colapso em março e continuam em situação semelhante.

“O sistema de saúde colapsou durante o mês de março. Os leitos de UTI Covid-19 estiveram 100% lotados em praticamente todo o período. Quando digo praticamente, é porque em alguns momentos tivemos ocupações de 98 ou 99%, mas isso foi temporário, para a limpeza e o preparo dos leitos até a chegada de um novo paciente. Todo esse colapso em Toledo, no estado e em muitos lugares do país também contribuíram enormemente para os índices alarmantes de óbitos do mês de março”, informa Pedrotti.

Nova cepa

Tudo leva a crer que a nova cepa do Coronavírus esteja em circulação em Toledo e esse também foi um dos fatores que mais colaboraram para o expressivo aumento dos óbitos causados pela Covid-19 no município.

“Nós temos indícios muito fortes de que a nova cepa esteja circulando em Toledo. A cepa chamada P.1 é duas vezes mais transmissível e pode carregar uma carga viral de até 10 vezes mais do que o vírus comum. Isso contribuiu enormemente para o agravamento dos casos e consequentemente para o registro de mais óbitos”, informa Fernando Pedrotti.

A nova cepa é a variante brasileira do Coronavírus, conhecida como P.1 ou variante de Manaus. Ela surgiu na capital amazonense, provavelmente em novembro e em menos de um mês já era a mais forte e frequente na região.

Estudos da Universidade de Oxford na Inglaterra e da Universidade de São Paulo (USP) afirmam que a variante brasileira é de 1,4 a 2,2 vezes mais transmissível. Outro estudo divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que essa linhagem pode carregar uma carga viral até 10 vezes mais forte.

Cuidados

Os cuidados sanitários são imprescindíveis para que a doença dê uma trégua. Esses cuidados colaboram para uma incidência menor de novos casos, o que é fator preponderante para a redução de uma série de indicadores como o número de pacientes em estado grave e de óbitos.

Fernando Pedrotti ressalta que somente a diminuição de novos casos poderá impactar na redução de indicadores negativos como os óbitos. “O único jeito de diminuirmos os números de óbitos e pacientes graves é reduzindo os índices de novos casos. Para isso precisamos de prevenção, prevenção e prevenção”.

Pedrotti complementa enfatizando que isso só será possível com a colaboração de todos e com o devido emprego dos cuidados básicos. “Nós só iremos melhorar essa situação com o emprego dos cuidados básicos e a colaboração de toda a sociedade. Por isso utilize máscara cobrindo corretamente a boca e nariz, saia de casa somente quando necessário, cumpra o distanciamento social de pelo menos dois metros dos demais, evite as aglomerações e lave as mãos com água e sabão ou álcool em gel de forma criteriosa e várias vezes ao dia”, finaliza.

Fonte: Toledo News