Rio de Janeiro – O Brasil tem mais um dia de competição pela frente nos Jogos Olímpicos de Inverno PyeongChang 2018 nesta sexta-feira, dia no qual o paulista Victor Santos enfrenta a prova dos 15 km estilo livre de esqui cross country, que teve início durante a madrugada brasileira.
Victor, de 20 anos, é um dos jovens destaques do Projeto Social Ski na Rua, do atleta olímpico Leandro Ribela. O projeto dá opção aos jovens da São Remo, comunidade pobre localizada ao lado da Cidade Universitária da USP, de praticarem o roller ski – esquis com rodinhas muito utilizados em todo mundo pelos atletas de esqui cross country nos períodos sem neve.
Antes de ingressar no projeto, Victor lavou carros na rua, foi flanelinha na USP e trabalhou como empacotador de supermercado. Em menos de cinco anos em contato com o esporte, chegou aos Jogos Olímpicos. Antes disso, ganhou o respeito primeiro dos pais e dos sete irmãos. Depois dos amigos da comunidade e mesmo dos alunos da USP. Agora anda de cabeça erguida, ainda com passos tímidos, pela Vila Olímpica de PyeongChang. Passos que o levaram a parar em frente ao Muro da Trégua Olímpica no último domingo.
O muro foi projetado pelo artista coreano Yi Je-seok, inspirado pelo Papa Francisco, que afirma que criar pontes, e não muros, encoraja as relações entre as pessoas. O monumento também é uma citação à Grécia Antiga, quando as guerras cessavam para que todos os povos pudessem viajar com segurança para os Jogos Olímpicos – prática chamada Trégua Olímpica.