Com coordenação da diretoria de Meio Ambiente da Portos do Paraná, por meio de seus programas de educação ambiental, alunos da Escola Municipal de Nova Brasília e do Colégio Estadual Lucy Requião, na Ilha do Mel, recebem aulas práticas de compostagem.
A iniciativa envolveu 40 crianças, além de professores, merendeiras e equipe pedagógica das escolas. Já participaram todos os alunos da escola estadual. Em seguida, iniciaram os da escola municipal. Nesta quinta-feira (24) foi dia da última turma.
“A Portos do Paraná está novamente revolucionando sua relação com as comunidades, levando os princípios e ética da permacultura, uma prática de gestão australiana de manejo ambiental, para as comunidades ilhadas”, afirma João Paulo Santana, diretor de Meio Ambiente da empresa pública. A permacultura tem como base a ecologia e é um instrumento utilizado para a criação de sistemas humanos sustentáveis,
“Quando as folhas, a matéria orgânica, e os galhos das árvores caem, tudo entra em um processo de decomposição pelas bactérias. A permacultura aprendeu a observar isso, e através dela estamos ensinando as comunidades a pegar seus resíduos orgânicos e promover compostagem em suas escolas”, explicou Santana.
A compostagem controlada evita o transporte de resíduos orgânicos para aterros sanitários, diminuindo o volume que chega a esses locais. Com isso, economiza valores para transportar o resíduo em barcos da comunidade para a cidade e, além disso, não se joga o lixo na natureza.
Outro benefício é a geração de um produto rico, um adubo orgânico. Ele pode ser utilizado pelas comunidades para nutrir as hortas, roças, vasos de plantas, jardins, trabalhar o paisagismo e fazer com que isso vire insumo para a produção de alimentos, mudas, ervas aromáticas e medicinais.
A expectativa é que se recicle através da compostagem ao menos 20 quilos de resíduos por semana no espaço que abriga a escola municipal e estadual.
LINGUAGEM ADEQUADA – A engenheira florestal e coordenadora do projeto na Ilha do Mel, Paula Beruski, explica que o foco na escola é conseguir implantar um processo seguro. “Apresentamos a eles a composteira da escola e princípios básicos da compostagem, com uma linguagem adequada para as crianças”, disse ela.
“De um modo geral os alunos têm gostado muito, principalmente quando mostramos as minhocas, os ‘bichinhos’ que habitam a composteira e, principalmente, como o resíduo orgânico desaparece dentro dela. A questão de eles enxergarem o resíduo orgânico como ‘não lixo’, é bastante interessante”, salienta Paula.
ÁREA DE PRESERVAÇÃO – Nara Lazzarotti, professora do 5º ano, enfatiza a importância da ação por conta de morarem em uma área de preservação. “O adubo orgânico gerado pela compostagem vai beneficiar toda ilha. Hoje até eu aprendi, os alunos estão muito empolgados com o projeto”.
Com participação ativa, o aluno Elomar dos Santos Maia Filho, de 9 anos, disse achar legal e interessante a composteira. “Às vezes vejo minha mãe fazendo, ela bota na caixa o resto das frutas, a cana-de-açúcar – temos plantação em casa, e as folhas do sombreiro. Mas ter uma composteira na escola é muito melhor, podemos acompanhar a transformação toda semana, vou ajudar a cuidar, com certeza”.
AEN