Nova York – O FMI (Fundo Monetário Internacional) elevou a projeção de crescimento do Brasil de 3,7% para 5,3% em 2021, mas reduziu a previsão para 2022, de 2,6% para 1,9% na revisão de julho do relatório Perspectiva Econômica Mundial. No documento, o FMI melhorou algumas estimativas de indicadores fiscais do País para este ano, influenciados pelo avanço do PIB (Produto Interno Bruto).
O déficit público nominal como proporção do PIB deve atingir 6,3%, abaixo dos 8,3% comunicados em abril, e a dívida pública bruta deve alcançar 91,8% na mesma base de comparação, marca inferior aos 98,4% divulgados anteriormente.
A revisão das projeções do Fundo trouxe somente novas estimativas sobre o PIB de países e alguns números relativos às suas contas públicas, sem tratar de outros indicadores, como projeções para inflação, déficit de transações correntes e taxa de desemprego.
O FMI destacou que, no caso do Brasil, a elevação da projeção de crescimento para este ano foi motivada em boa medida por resultados mais favoráveis do PIB no primeiro trimestre e por elevação dos termos de trocas do comércio internacional, que beneficia o País particularmente com a elevação das cotações de commodities – produtos básicos, como alimentos, minério de ferro e petróleo, que são pilares da pauta de exportação brasileira.
“A recuperação ocorreu antes do que o antecipado em 2021. O Brasil é um dos países que estão se beneficiando pela alta de preços de commodities e da retomada de grandes parceiros comerciais como EUA e China”, destacou a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, na apresentação do relatório. “Há também contratempos, pois a pandemia não terminou no mundo. O Brasil passa por uma terceira onda de covid-19, que ainda não cessou.”
Para o crescimento global, o FMI manteve a projeção de avanço de 6% em 2021 e elevou a previsão de expansão de 4,4% para 4,9% em 2022. As estimativas ocorrem em uma conjuntura global marcada por recuperação desigual do nível de atividade de países, um reflexo direto da vacinação contra o coronavírus, mais rápida nas nações avançadas, mas ainda lenta nos mercados emergentes em geral.
O Fundo incrementou as previsões do PIB dos EUA de 6,4% para 7% neste ano e de 3,5% para 4,9% em 2022. A estimativa para o crescimento da China este ano passou de 8,4% para 8,1% e, para 2022, foi ampliada de 5,6% para 5,7%.
Para a zona do euro, a previsão é de alta 4,4% para 4,6% neste ano e, para 2022, de 3,8% para 4,3%.