São Paulo – A Bolsa brasileira (B3) rompeu uma sequência de quatro altas seguidas nessa quarta-feira (19) para fechar em leve queda de 0,28%, aos 122.636,30 pontos, após a ata Federal Reserve (Fed, o banco central americano), mostrar os dirigentes mais abertos a discutir o aperto de algumas medidas de estímulos adotadas na pandemia. No câmbio, o dólar também foi pressionado e subiu 1,17%, a R$ 5,3158.
Na ata, o reconhecimento, na visão de “alguns” do colegiado, de que o BC americano pode iniciar nas próximas reuniões um debate sobre o afrouxamento do programa de compra de títulos públicos colocou os rendimentos dos papéis do Tesouro dos EUA nas máximas da sessão. O movimento pressionou os índices acionários, maiores afetados pela alta desses ativos que, por serem mais seguros, podem promover uma debandada de recursos. Os papéis com vencimento para dez e trinta anos subiram 1,67% e 2,37% cada.
“A sinalização de que o Fed pode diminuir o ritmo de compra de ativos gerou um efeito de realização nos mercados, que também chegou por aqui”, diz Júlia Aquino, especialista da Rico Investimentos. Ainda que cercado de ressalvas, o início das discussões sobre o tema contribui para cautela dos investidores, na medida em que, desde a última reunião do Fed, apenas o presidente da distrital de Dallas, Robert Kaplan, havia apontado publicamente a necessidade de discutir uma redução nos estímulos.