BRASÍLIA – O resultado apertado da votação que liberou geral a terceirização na noite de quarta-feira, na Câmara dos Deputados, causou preocupação ao presidente Michel Temer. Foram 231 votos favoráveis, 188 contrários e oito abstenções.
Temer conversou com os líderes dos partidos aliados mostrando-se preocupado que este placar se reproduza na reforma da Previdência. Disse, segundo relato de um líder partidário ao GLOBO, que ao menos, há tempo para “corrigir” a questão.
Pelos cálculos do Palácio do Planalto, é preciso que as bancadas aliadas garantam, ao menos, 75% de votos de seus deputados para as mudanças no sistema previdenciário serem aprovadas. Diferentemente da votação da terceirização, na qual era necessária maioria simples dos votos, para a reforma passar é preciso quórum qualificado, ou seja, 308 votos.
Os partidos em que o governo vê maior margem de segurança são PSDB, PP e PSD. Por outro lado, avalia que há problemas no próprio partido de Temer, o PMDB, com muitos deputados indecisos; e o DEM, que na votação da terceirização se dividiu.
Após a votação da terceirização, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu empresários e deputados para jantar na residência oficial. O empresariado também demonstrou muita preocupação com a condução da reforma da Previdência. O grupo reforçou aos parlamentares que a regra de transição proposta deve ser mantida, sob risco de colocar as mudanças água abaixo.