RIO ? Não é nada contra a Amazônia, mas o austríaco Christoph Waltz não pode ouvir falar em ?Fitzcarraldo? (1982), o épico de Werner Herzog passado na floresta e que conta com os brasileiros José Lewgoy, Grande Otelo e até uma ponta de Milton Nascimento. Quando Waltz aparece em ?A lenda de Tarzan? na selva, todo vestido de branco, fedora no cocuruto, é difícil não imaginar se tratar de uma homenagem ao alemão Klaus Kinski (1926-1991), protagonista do filme:
? Mas não mesmo! Cá entre nós, detesto o ator Kinski. Aquele é o tipo de atuação que abomino. Não gosto do filme. Quando vi, criança, me assustou. Depois, mais velho, me fez dormir, que coisa chata!
Vencedor de dois Oscars, Waltz é um dos destaques de um filme cujo ponto forte é o elenco. Seu Léon Rom é um vilão sádico que representa o mal tal qual imaginado por David Yates a partir de sua releitura de Edgar Rice Burroughs: o europeu colonizador interessado no marfim e na borracha da região e que vê os males feitos à natureza e aos africanos como meros efeitos colaterais.