Palotina – Os registros meteorológicos não deixam dúvidas. Apesar de o comportamento das temperaturas ter sido atípico também no verão de 2016/2017, com médias abaixo da série histórica, o verão em curso está surpreendendo e não é pelo calor. Quem mora em algumas cidades da região oeste têm tirado, com frequência, os casacos dos armários pela manhã e, à noite, puxam uma mantinha para dormir.
Pelo que se tem registro, este verão caminha para ficar na história como um dos mais frios das últimas duas décadas. Ao menos é isso o que revelam os registros.
O motivo? A pesquisadora em agrometeorologia do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) Heverly Morais revela que a justificativa está na aproximação de mais frentes frias que trazem com elas chuva, muita chuva. “Neste caso as temperaturas mais baixas estão diretamente associadas ao tempo mais chuvoso e não serve como um indicativo de que o inverno deste ano será mais rigoroso. Ainda está cedo para avaliar isso, nem o outono é possível se precisar ainda”, reforça.
Para se ter ideia, a média de chuva em Cascavel, por exemplo, está sendo 74% maior que o esperado nos últimos quatro meses – novembro a fevereiro. Enquanto o esperado no acumulado era de 747 milímetros, o registro chegou a quase 1,3 litro de muita água.
Na outra ponta, a temperatura média na cidade foi quase 1ºC menor que a série histórica e nos meses que deveriam ser os mais quentes do ano, a média de temperatura foi de 22ºC. “A primavera já se desenhava com essa expectativa. Tem chovido muito porque o La Niña que estamos vivendo é de baixa intensidade”, segue a agrometeorologista ao lembrar que uma das características desta influência deveria ser justamente a ausência de chuva.
Enquanto em Cascavel a temperatura média tem sido até 1ºC abaixo do histórico registrado, em cidades como Palotina, Marechal Cândido Rondon e Assis Chateaubriand têm ficado até 2ºC abaixo da média histórica. A tendência é para que isso siga até o fim do verão, que ocorre no dia 20 de março, com o início do outono.