Cotidiano

VENEZUELA: Falta até sangue nos hospitais públicos

Nunca foi tão mortífero ficar doente na Venezuela. Medicamentos – de antibióticos a drogas de quimioterapia – têm ficado cada vez mais escassos. Hospitais públicos pedem às famílias dos pacientes que lhes forneçam lençóis e seringas. Portadores de HIV têm passado meses sem remédios e transplantados têm morrido por falta de imunossupressores.

Agora, o país vive a escassez de uma das necessidades médicas mais básicas: o sangue. No fim do ano passado, a crise na saúde fez com que o sangue disponível para transfusões e cirurgias chegasse a níveis críticos nos hospitais públicos.

Entre janeiro e fevereiro, a escassez paralisou as atividades da maioria dos bancos de sangue públicos, obrigando pacientes a aguardar na fila por procedimentos urgentes. Os médicos passaram a aconselhar as famílias a tentarem adquirir sangue processado em clínicas particulares.

O problema é a falta dos sete reagentes que servem para testar o sangue doado para detectar infecções. Esses reagentes são importados pelo governo para distribuição nos centros públicos de saúde e negociados em dólar, o que os torna caríssimos na moeda local, o bolívar. Sem os reagentes, o sangue doado não pode ser usado.