SÃO PAULO – A Usiminas, maior produtora de aços planos do país em capacidade instalada, divulgou nesta sexta-feira o nono prejuízo trimestral consecutivo, mas os dados mantiveram trajetória de redução no resultado negativo da companhia.
A empresa, que vive há meses uma grave disputa de poder entre seus dois principais controladores ? Nippon Steel e Techin ?, teve prejuízo líquido de R$ 107 milhões, abaixo dos R$ 123 milhões negativos do segundo trimestre e dos R$ 151 milhões também negativos apurados nos três primeiros meses deste ano. No terceiro trimestre do ano passado, o prejuízo havia sido de R$ 1 bilhão.
A companhia, assim como outras siderúrgicas brasileiras, aplicou uma série de reajustes nos preços de seus produtos neste ano para compensar efeitos que incluíram alta nos preços de commodities como carvão, e promoveu ajustes em suas operações que incluíram a paralisação da produção de aço na usina de Cubatão (SP).
A Usiminas apurou geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 307 milhões entre julho e setembro após desempenho negativo nesta linha de R$ 65 milhões no mesmo período do ano passado. No segundo trimestre, o Ebitda foi positivo em R$ 68 milhões.
A empresa terminou setembro com dívida bruta de R$ 6,9 bilhões, ante R$ 8,1 bilhões um ano antes e R$ 7,2 bilhões em junho deste ano. A queda ocorreu depois que a empresa renegociou 92% da dívida total com bancos em meados deste ano, obtendo prazo para pagamento de 10 anos e 3 anos de carência. A negociação também envolveu injeção de R$ 1 bilhão pelos acionistas da companhia.
A Usiminas não informou no balanço o nível de endividamento em relação ao Ebitda ao final do terceiro trimestre.
A companhia investiu R$ 37 milhões no terceiro trimestre ante R$ 156 milhões no mesmo período do ano passado e uma queda de 26% sobre o segundo trimestre deste ano.
A siderúrgica vendeu 959 mil toneladas de aço de julho a setembro, expansão 7% sobre o segundo trimestre, mas abaixo do 1,18 milhão de toneladas do terceiro trimestre de 2015. As vendas de minério de ferro ficaram praticamente estáveis, em cerca de 790 milhões de toneladas.
A receita líquida da companhia subiu 12% no comparativo trimestral, mas teve queda anual de 6,5%, a R$ 2,26 bilhões.
Enquanto isso, o custo dos produtos vendidos foi de cerca de R$ 2 bilhões, ligeiramente abaixo do segundo trimestre, mas 21% menor que um ano antes.
A Usiminas terminou setembro com caixa de R$ 2,34 bilhões, queda de 14% sobre o apurado no fim de junho.